REVISTA ESTRUTURA
| OUTUBRO • 2016
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1,5h (altura da alma). Posteriormente,
serão incluídos mais enrijecedores em lo-
cais com excesso de instabilidades.
Como o intuito desse elemento estrutural
é para pontes, serão incluídas mais duas
vigas, cada uma distante três metros da
subsequente. Como forma de restringir
uma possível Instabilidade Lateral por
Torção (FLT), serão inseridos três trava-
mentos, sendo dois nos apoios e um no
centro diminuindo, assim, o comprimen-
to destravado, fator de principal influên-
cia na torção em vigas de aço.
Após a modelagem (Figura 6), observa-
-se, como esperado, ainda as instabilida-
des na alma.
FIGURA 6. INSTABILIDADE LOCAL DA ALMA
A instabilidade local da mesa, não ocor-
rida até o momento, é, juntamente com
a lateral por torção, restringida após o
elemento se tornar misto, isso se deve
pelo grande aumento de rigidez que o
concreto, ligado à viga de aço por conec-
tores de cisalhamento, fornece ao ele-
mento estrutural.
3.4.2. Enrijecedores longitudinais
Apesar de não ter tanta eficiência quanto
os enrijecedores transversais, os longitu-
dinais preenchem o espaço vazio que nor-
malmente, como na figura 8 e 10, ocorre
a instabilidade da alma. A definição mais
importante a definir é qual a posição do
enrijecedor longitudinal e, para isso, basta
analisar onde há tensão de compressão,
pois as instabilidades somente ocorrem
em elementos comprimidos.
Portanto, a posição onde os enrijecedo-
res longitudinais serão inseridos é acima
da linha neutra, considerando, claro, que
a viga é biapoiada.
FIGURA7. ENRIJECEDORES LONGITUDINAIS
Como destacado na figura 7, a instabili-
dade na alma no centro da viga foi res-
tringida, porém, a instabilidade na alma
continua ocorrendo, mas agora próximo
ao apoio, local onde há maior esforço
cortante.
Inserindo enrijecedores transversais nos
pontos de instabilidades, chegou-se à
estrutura compatibilizada final da situa-
ção anterior à moldagem do concreto. A
carga foi aplicada e, conforme a figura 8,
não há instabilidade presente na alma, na
mesa superior e nem torção lateral.
FIGURA 8. COMPATIBILIZAÇÃO FINAL DO
ELEMENTO NÃO MISTO
Analisando os casos já modelados, pode-
-se observar a importância do equilíbrio de
restrições, levando em consideração, claro,
os valores dos esforços ao longo da viga. A
última modelagem deixou claro que esse
equilíbrio não corresponde à igualdade de
restrições e sim à proporcionalidade das
restrições perante os esforços.
3.5. Compatibilização da viga
mista
Como explanado anteriormente, quando
o elemento se tornar misto, a instabilida-
de local na mesa cessará, e então será
possível observar como atua a alma, já
que se torna o único elemento a sofrer
instabilidade local.
A modelagem dos conectores de cisalha-
mento foi realizada pela consideração de
uma barra rígida de seção T. O elemento
foi implantando a cada 20 cm. A mode-
lagem foi feita de maneira a ultrapassar
a disposição exata e assim concentrar as
análises nas instabilidades da alma.
Com a aplicação de toda a carga, agora
no elemento misto, observou-se total
restrição das instabilidades na mesa su-
perior e no sistema global por torção.
Entretanto, como destacado na figura 9,
FIGURA 5. SISTEMA DE VIGAS, ELEMENTO NÃO MISTO
FIGURA 9. INSTABILIDADE LOCAL NA ALMA
ESTRUTURAS METÁLICAS
| DIMENSIONAMENTO DE VIGAS ESBELTAS MISTAS