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de disparo. Esse trecho se localiza sobre o bloco de apoio do
mastro, tendo 40m de comprimento (20m para cada lado do
eixo do mastro) e se estende além do comprimento do bloco,
possibilitando a aproximação da balsa para içamento da pri-
meira aduela.
ENESCIL
ELEVAÇÃO ESQUEMÁTICA DO TRECHO ESTAIADO.
O estaiamento é feito de forma alternada nas aduelas, sendo
uma com estai e outra sem, a partir do trecho de disparo.
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ESTAIAMENTO TRANSVERSAL
O projeto básico da ponte não previa a existência de estais
transversais ao mastro. Entretanto, durante o desenvolvimento
do projeto executivo, ao se realizar as verificações das ações
do vento de modo mais preciso, computando no modelo a se-
quência de execução, curvatura do traçado entre outros, cons-
tatou-se que haveria a necessidade da colocação destes estais,
transversais ao eixo de rolamento, de modo a se compensar os
esforços horizontais no tabuleiro, gerados pelas cargas perma-
nente e móvel.
Em um primeiro momento, buscou-se não utilizar os estais
transversais, porém isso implicava na necessidade de se utilizar
um mastro inclinado, que além de não causar um bom efeito
estético, gerava interferência com o gabarito vertical do tráfego,
além de conferir uma grande dificuldade executiva.
A solução de mastros inclinados, por si só, também não era
suficiente para equilibrar os esforços de vento elevados, e o
alargamento dos mastros implicaria no aumento da largura
do tabuleiro, o que causaria um grande aumento nos custos
da obra. A proximidade com o nível d’água inviabilizou outras
soluções com uso de mastros por fora do tabuleiro, o que
também descaracterizaria o projeto básico, concebido com
mastro único.
ENESCIL
Os estais do lado interno da curva têm como função reduzir
os elevados esforços do vento transversal no mastro. Nesse
quesito foram ainda realizados ensaios em túnel de vento pela
LAC coordenado pelo engenheiro Acir Souza além de análises
dinâmicas, de modo a se verificar a estabilidade do mastro e a
eficiência dos estais transversais.
Outra dificuldade do projeto foi a elevada esbeltez do mastro
que com seus 66,50m de comprimento e 2m de largura, con-
tava apenas com a contribuição da restrição parcial dada pelos
estais transversais.
SEÇÃO TRANSVERSAL DO MASTRO.
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DESAFIO ÚNICO
O maior desafio da obra, apontado pelo engenheiro Catão, foi a
execução do trecho estaiado curvo composto por aduelas pré-
-moldadas coladas. Diferentemente do trecho de acesso, onde
os caixões são retos em planta, as aduelas do trecho estaiado
foram pré-moldadas em canteiro já considerando a curvatura
da obra, ou seja, as aduelas possuíam formato trapezoidal, em
planta, de modo a se ajustarem à curvatura.
Em pontes estaiadas convencionais, moldadas
in loco
, há o re-
curso de ajuste da treliça de modo a promover a adequação da
ponte ao greide vertical da obra, durante a concretagem, o que
possibilita o ajuste da ponte durante a execução. Já no sistema
de aduelas pré-moldadas coladas (justapostas), não há possibi-
lidade de ajuste uma vez que as aduelas já estão fabricadas e
estocadas em canteiro.
Devido à rigidez da seção tipo caixão a movimentos verticais,
apenas pequenos ajustes são possíveis de serem feitos com au-
xílio das forças dos estais. Também, a alta rigidez em planta do
caixão reduzia muito a possibilidade de correção de erros em
planta nos encontros dos dois balanços.
Dessa forma, o posicionamento correto da primeira aduela
tinha importância fundamental para o correto alinhamento
vertical e em planta do caixão, bem como das demais aduelas
subsequentes.
Mesmo com todo o rigor adotado na execução, no vão central
chegou-se, antes do fechamento, a uma diferença de nível de
36cm entre os dois avanços, sendo que os vãos adjacentes
chegaram de forma adequada sem diferenças de nível signifi-
cativas. Para corrigir o desnível, foi necessário proceder com o
retensionamento dos estais em um dos lados e destensiona-
mento no outro avanço, observada a limitação dada pela alta
rigidez do caixão e a protensão originalmente projetada.
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SEÇÃO TRANSVERSAL DA ADUELA COM ESTAI.