Revista Estrutura - edição 2 - page 34

REVISTA ESTRUTURA
| OUTUBRO • 2016
34
a transmissão de cargas sofridas pela
estrutura ao solo. Assim, a escolha do
tipo de fundação a ser construída no lo-
cal, demanda conhecimento do terreno,
uma vez que este terreno/solo receberá
essa carga transmitida pelas fundações
e tem que suportá-las sem sofrer ne-
nhum tipo de abalo ou rupturas.
Outro aspecto importante quando se
fala sobre a fundação correta a ser uti-
lizada em cada tipo de solo é a questão
custo/benefício. Projetar uma funda-
ção demanda tempo e conhecimento e,
quando se fala em custo/benefício, as
fundações melhores projetadas, em mé-
dia, têm um custo de 3 a 10 por centro
do custo total da obra (BRITO, 1987).
As fundações são distribuídas em duas
categorias: as fundações superficiais,
também conhecidas como fundações
rasas ou diretas; e as fundações pro-
fundas.
FUNDAÇÕES RASAS
Neste tipo de fundação, as cargas do
projeto estrutural são transmitidas para
o terreno através de uma base, essas
fundações sofrem uma diferenciação e
são subdivididas através dos seguintes
elementos: sapata, bloco ou radier (ABNT
NBR 6122:2010).
Cabe lembrar que é característico desse
tipo de fundação a base, ou seja, a di-
mensão da fundação deve ser duas vezes
superior à profundidade de assentamen-
to em relação ao terreno.
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
De acordo com Cintra & Aoki (2010), esse
tipo de fundação tem como característi-
ca básica a transmissão das cargas das
estruturas para o solo. Isto ocorre não
só a partir de sua base, mas também a
partir da superfície lateral da fundação.
Os autores também argumentam que a
totalidade da carga da estrutura é dis-
tribuída em duas questões distintas: a
resistência de fuste ou atrito está liga-
da à transmissão da carga lateral com
o solo; já a carga que então é resistida
pela base da estrutura da fundação re-
cebe o nome de ponta. Logo, a junção
dessas cargas representa a totalidade
do elemento.
As fundações profundas têm uma ca-
racterística em comum, a ponta da fun-
dação, ou seja, sua base deve estar as-
sentada em uma dinâmica de tamanho
onde sua profundidade esteja o dobro
de sua menor dimensão em planta, e
essa dimensão de profundidade nunca
deve ser inferior a três metros de com-
primento. As estacas e os tubulões aten-
dem a esses requisitos. (CINTRA & AOKI,
2010).
A principal diferença entre as estacas e
os tubulões está na forma de constru-
ção. As estacas são executadas inteira-
mente por equipamentos e ferramentas,
enquanto os tubulões necessitam da
descida de pessoas às escavações du-
rante alguma etapa de sua construção
(CINTRA & AOKI, 2010).
FUNDAÇÕES DE
TORRES EÓLICAS
Basicamente existem dois tipos de par-
ques eólicos, os
onshore
e os
offshore
.
FUNDAÇÕES EM TORRES
OFFSHORE
Tem como característica básica insta-
lação no mar, podendo ser instalada a
uma distância curta da costa terrestre e
também em alto mar (Figura 3). Esse tipo
de torre exige uma fundação bem espe-
cífica e detalhada. Pois a estrutura deve
transferir as cargas sofridas através da
água do mar para o solo, isso sem contar
os efeitos da natureza, como o descola-
mento através das ondas e o gelo. Uma
das opções mais usuais para esse tipo de
parque eólico são as estacas de base úni-
ca, base de gravidade ou tripé.
FUNDAÇÃO EM BASE DE
GRAVIDADE
As estacas que têm o formato de sua
fundação em base de gravidade são
apoiadas sobre a superfície do solo ma-
rinho. Há também as que se encontram
em uma escavação bem como dentro do
solo marinho. Normalmente esse tipo de
fundação é construído com concreto ar-
mado, podendo também ser construída
com aço, onde a estrutura é suportada
pelo próprio peso. Vale ressaltar que,
quando esse tipo de fundação for cons-
truído com aço, os espaços vazios devem
ser preenchidos com rochas com para
que se tenha o peso necessário. Ambas
as estruturas, tanto em aço ou concreto
armado, devem possuir um grande diâ-
metro (Figura 4).
NÍVEL DO MAR
SOLO
FIGURA 4: FUNDAÇÃO EM BASE DE
GRAVIDADE. FONTE: PRÓPRIO AUTOR (2016).
FIGURA 3: PARQUE EÓLICO LONDON ARRAY – INGLATERRA. LONDON ARRAY É O MAIOR PARQUE
OFFSHORE
DO MUNDO E ENCONTRA-SE LOCALIZADO NO MAR DO NORTE, A CERCA DE 20 KM DA
COSTA DE KENT, NA INGLATERRA. FONTE: PORTAL DE ENERGIAS RENOVÁVEIS (2016)
ARTIGO TÉCNICO
| FUNDAÇÕES PARA ESTAÇÕES EÓLICAS
1...,24,25,26,27,28,29,30,31,32,33 35,36,37,38,39,40,41,42,43,44,...84
Powered by FlippingBook