Revista Estrutura - edição 2 - page 9

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ABECE –
Por que foi definida a implan-
tação do BIM?
Alexandre Couso –
Definimos como
meta estratégica implementar o BIM por-
que correspondia a uma necessidade de
crescimento da empresa. A decisão de
investir em sua implantação foi tomada
em 2014 e buscamos, com isso, melhorar
não apenas nossos processos, mas tam-
bém a eficiência, os custos e a produti-
vidade dos nossos projetos, agregando,
dessa maneira, valor ao nosso cliente.
ABECE –
Como foi sua implantação?
Alexandre Couso –
Nossa maior preocu-
pação era desenvolver um processo que
garantisse que o BIM estaria enraizado na
empresa a médio prazo e que ele não se-
ria apenas desenvolvido para um projeto
específico. Dessa forma, estaria garantido
que o conhecimento adquirido e o inves-
timento feito seriam reutilizados em futu-
ras obras e que a cultura da empresa iria
mudar, maximizando-se a colaboração e
integração dos vários departamentos e,
portanto, a eficiência dos processos.
Em um primeiro momento foi elaborado
um diagnóstico onde, por meio de uma
série de entrevistas nas várias áreas, fo-
ram levantados os processos de trabalho
atuais. Pretendíamos que o BIM fosse inte-
grado nos atuais processos, sem alteração
completa dos procedimentos da empresa.
Posteriormente, tendo por base o conheci-
mento obtido do diagnóstico e a experiên-
cia de nosso consultor em gestão de obras,
procedeu-se o desenvolvimento dos novos
processos em BIM que garantiriam a uni-
formização entre obras e a qualidade dos
nossos empreendimentos.
Em seguida, iniciamos os treinamentos em
sala de aula, através dos quais os nossos
profissionais foram capacitados não só nos
softwares, mas também no novo processo
definido, ao qual se seguiu um piloto em
ambiente simulado já que as nossas equi-
pes necessitavam de prática para consoli-
darem o conhecimento. Todo o processo
BIM 5D foi replicado para uma obra já ter-
minada a fim de que os profissionais ad-
quirissem confiança em suas capacidades.
Por fim, desenvolvemos o nosso primeiro
piloto em ambiente real, o Charme da Villa.
Este primeiro projeto foi desenvolvido num
ambiente controlado, de forma que fosse
possível tirar conclusões e lições aprendidas.
ABECE –
Qual sua análise sobre os resul-
tados dessa implantação?
Alexandre Couso –
Nós tivemos uma gra-
ta surpresa na implementação do BIM por-
que conseguimos, através deste processo,
fazer uma integração entre as várias áreas
da empresa. Entendemos que o BIM é uma
atividade multidisciplinar integrada e isso
contribui para mudar a cultura da empresa
e a forma como os departamentos intera-
gem, tornando-amais eficiente e produtiva.
O BIM é um processo sem caminho de
volta e é algo que vai estar enraizado no
DNA da empresa. Hoje, nosso maior desa-
fio é trazer todas as outras atividades da
cadeia produtiva para fazer parte do pro-
cesso. Estamos em constante desenvol-
vimento com os fornecedores e projetis-
tas, trocando informações e experiências
para crescer dentro desta nova metodolo-
gia em conjunto.
Uma das lições aprendidas que se subs-
tanciou com a criação do Comitê Técnico
do BIM da Edalco é a necessidade de re-
gularmente se avaliar as ações em curso
e as metas estabelecidas por cada depar-
tamento. O sucesso de uns depende do
sucesso de outros. Sendo o BIM um pro-
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