Revista Estrutura - edição 6 - page 65

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rão as manutenções básicas e não terão
disponibilidade para reparos maiores.
Ou seja, por mais complexo e traba-
lhosa que seja nossa atividade ela não é
fim nela mesma, e quando achamos que
a obra está pronta; na realidade é quan-
do o empreendimento começa a existir,
e vai ter vida útil de 30 / 40 / 60 anos!
Com isto vem a nossa obrigação de
produzirmos uma estrutura segura, fir-
me e estável, “leve”, que permita flexi-
bilidade ao usuário, de fácil execução e
com baixa manutenção, permitindo que
os demais sistemas tenham as mesmas
características.
Se acharam simples resolver esta
equação, temos ainda que acrescen-
tar mais uma variável: conseguir
concretizar a inspiração dos
arquitetos, para permitir que
tenhamos belos empreen-
dimentos, fazendo das
nossas cidades luga-
res mais bonitos,
gostosos de morar
e trabalhar, aonde
tenhamos prazer de
estar de e viver.
Com tudo isto fica
evidente que produ-
zir um Bom Proje-
to é uma tarefa
bastante difícil,
que exige de-
dicação, von-
tade, esforço,
criati v idade
e diria muito
amor. Julgamos que este seja o princi-
pal fator de sucesso de uma jornada tão
complexa.
Quando nós, construtores, iniciamos o
desenvolvimento de uma nova ideia, um
projeto, precisamos do apoio do projetis-
ta de estrutura para conseguirmos locar
da melhor forma possível os futuros pila-
res, termos o posicionamento e a espes-
sura das vigas e conseguirmos ver como
vamos encaixar isto com as diversas tipo-
logias de andares e subsolos.
Passada a “conceituação”, entramos na
mais trabalhosa etapa, que é a definição
propriamente dita do modelo estrutural
que teremos, sendo que as metas só se-
rão atingidas combinando criatividade e
muitos cálculos, pois nossa arquitetura
sempre é diferente produto a produto e
a melhor forma do último projeto cer-
tamente não será a melhor solução
para o atual e provavelmente será
diferente no nosso próximo.
Além disso, o mercado de in-
sumos e fornecedores também é
bastante dinâmico o que nos leva
novamente a estudar diferentes
combinações. A realidade dos últi-
mos anos apontando que ter uma
espessura media menor, mesmo
levando a taxas de aço maiores, era
a melhor opção, tem se mostrado
completamente errada, inclusive inver-
tida, pois uma resistência do concreto
maior, ou até uma espessura maior é me-
lhor se conseguirmos utilizar menos aço.
Mas essa é a realidade de hoje, que
pode mudar commuita rapidez, o que nos
leva a um outro ponto muito importante,
que é a interação e integração entre proje-
tista e construtor, para termos as alterna-
tivas, as variáveis atualizadas e mais que
tudo, obter a mais eficiente opção adapta-
da ao projeto ou ao construtor.
Temos que ter esta garra e vontade de
buscar o diferencial, não fazer sempre
do mesmo modo, imaginar novas formas
e dispor de alternativas, estar atento
ao que há de novo e atual no mercado,
quais os movimentos e anseios que te-
mos e não nos conformarmos de fazer
o mesmo de sempre, ou que a primeira
solução é a ideal, pois na maioria das ve-
zes é a mais rápida, mas dificilmente será
a melhor. Nesse sentido, será a solução
que teremos orgulho de dizer que dela
participamos e ajudamos a idealizar.
*
Luís Fernando Ciniello Bueno
é en-
genheiro civil formado pela Escola Poli-
técnica da Universidade de São Paulo, já
coordenou e executou obras de torres
comerciais, hotéis e condomínios resi-
denciais de diversos padrões. Possui MBA
Executivo pela FEA-USP e em Gestão Imo-
biliária pela FAAP. Possui ainda especiali-
zação em Administração pela Fundação
Getulio Vargas. É coordenador do grupo
de Normas Técnicas da ABNT – Associa-
ção Brasileira de Normas Técnicas, além
de integrar o Comitê de Tecnologia e Qua-
lidade do Sinduscon.
Quando nós, construtores, iniciamos
o desenvolvimento de uma nova
ideia para um projeto, precisamos do
apoio do projetista de estrutura para
conseguirmos locar da melhor forma
possível os futuros pilares e também
saber a espessura das vigas
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