Revista Estrutura - edição 6 - page 58

REVISTA ESTRUTURA
| OUTUBRO • 2018
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VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL
| CAPACITAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTO
ESTÁ NA HORA
DA VIRADA
A
o longo de sua trajetória, a
ABECE vem conseguindo uma
expressiva valorização, sendo
nossa associação reconhecida
nacionalmente por sua atuação na va-
lorização da atividade de projeto de es-
trutura. Produzimos palestras técnicas,
seminários e workshops para atualização
de nossos engenheiros; atuamos em re-
visões de normas, premiamos, em con-
junto com a Gerdau, o arrojo e a técnica
do projetista por intermédio do Prêmio
Talento Engenharia Estrutural; represen-
tamos nossa classe durante discussões
sobre vários problemas nacionais; forma-
mos parcerias com universidades e com
diversas entidades representativas da
cadeia construtiva, entre diversas outras
ações.
Está na hora de darmos uma virada e
mudarmos o patamar de remuneração
de nossos projetos e, consequentemen-
te, valorizar o engenheiro estrutural, que
cada vez mais assume responsabilidades
e trabalho e não consegue uma remune-
ração adequada para seu serviço.
A ABECE produziu tabelas de referên-
cia para honorários mínimos, mas o que
observamos é uma disparidade mons-
truosa de preços pelo Brasil afora, com
variações de 10 vezes e, em alguns casos,
chegando até 20 vezes a diferença entre
orçamentos.
A discussão se arrasta pelos meus
mais de 30 anos de profissão e sempre se
diz que só a “lei da oferta e procura” pode
solucionar a questão e, como temos vis-
to nos últimos anos, a situação melhorou
um pouco, mas está longe do patamar
que seria adequado.
Os engenheiros, em especial o proje-
tista estrutural, é um ser extremamente
técnico e não consegue aliar a técnica ao
seu bem-estar financeiro mínimo para,
pelo menos, ter uma velhice tranquila.
Devemos repensar e fazer palestras
e workshops para ensinar o projetista a
avaliar seus custos e fazer orçamentos;
enfim, aprender a ganhar dinheiro.
Não podemos esperar qualquer reco-
nhecimento por parte de nossos contra-
tantes, pois, para estes, nosso serviço é
custo de obra, sendo a obra o fardo que
nossos contratantes têm de arcar e seu
investimento prioritário é em vendas e
propaganda, onde não se discute “centa-
vos”, como é em nosso caso.
Imaginemos um grande absurdo como
uma greve dos projetistas estruturais;
isto é, sem entregas de projeto por três
meses. Seria o caos. Pararia toda a cadeia
da construção civil, seriamos recebidos
para negociar até pelo Presidente da Re-
pública no Palácio do Planalto.
Está na hora de refletirmos e tentar-
mos uma mudança de patamar.
É FUNDAMENTAL CAPACITAR O PROFISSIONAL DA ÁREA DE
PROJETOS A APRIMORAR SUAS HABILIDADES NA HORA DE
AVALIAR SEUS CUSTOS E FAZER ORÇAMENTOS. ELE PRECISA
APRENDER A GANHAR DINHEIRO
POR ROBERTO DIAS LEME *
(*) Diretor Administrativo e Financeiro da
ABECE
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