Revista Estrutura - edição 6 - page 56

REVISTA ESTRUTURA
| OUTUBRO • 2018
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altar há duas salas que correspondem à
sacristia e à sala anterior à sacristia.
O BATISTÉRIO
O batistério é uma construção subter-
rânea localizada do lado de fora da nave.
Uma parede circular (com 4,52m de diâme-
tro e 2,26m de altura) é coberta por uma
cúpula esférica de tijolos reforçados. No
alto da cúpula uma claraboia cilíndrica per-
mite que a luz natural recaia sobre a pia ba-
tismal. A estrutura é fundamentada sobre
pequenos pilares de concreto colocados
sob a parede redonda. Vindo de fora, você
pode entrar no batistério passando por
uma escada e um corredor subterrâneo.
Desde o batistério, um segundo corredor
e uma escada levam ao interior da igreja.
A TORRE DO SINO
Uma torre de tijolos perfurados re-
forçados (2,80m de diâmetro e cerca de
15m de altura) é coroada por uma cúpula
cônica a partir da qual é instalado o sino.
Uma escada interna helicoidal com de-
graus de tijolos em balanço une a parte
interior ao sino.
PROCEDIMENTOS DA
CONSTRUÇÃO
A construção da igreja foi realizada du-
rante os anos de 1958 e 1960. Não existem
informações em detalhes sobre alguns dos
métodos usados. No entanto, recorrendo
às mencionadas fontes de informação, en-
contramos as características básicas das
técnicas de construção. A seguir, são apre-
sentados alguns dos processos.6
As estruturas são fundadas sobre pe-
quenos pilares concretados
in situ
(0,15m
de diâmetro e uma profundidade efetiva
entre 4m e 6,5m). Não é possível termos
certeza sobre o tipo de equipamento de
empilhamento que foi empregado. Não
obstante, não há dúvida sobre o fato
de que o equipamento foi projetado e
desenvolvido por Dieste, que tinha uma
grande experiência em projetar e realizar
pilhas e equipamento de empilhamento.
BATISTÉRIO
Uma escavação circular foi executada
para alojar o batistério subterrâneo. Então
foi construída uma parede cilíndrica de ti-
jolos, sem o uso de moldes. A cúpula foi
construída emuma forma de madeira. A su-
perfície do piso foi feita comumconjunto de
círculos concêntricos de tijolos trapezoidais.
PAREDES LATERAIS
ONDULADAS
As duas paredes são de superfícies
lisas, niveladas com o uso de régua, o
que normalmente é gerado por uma li-
nha reta móvel (geratriz) em contato com
duas diretrizes. Durante seu movimento,
a geratriz mantém um pequeno ângulo
variável com a direção vertical. Portanto,
as paredes poderiam ser erigidas sem o
uso de formas. Para isso, as diretrizes fo-
ram dispostas e construídas com estru-
turas de madeira: a parede lisa ao nível
do solo e a ondulada a uma altura de 7m.
Os pontos respectivos das duas diretri-
zes foram ligados com fios. Finalmente,
as paredes foram erigidas tangencial-
mente em relação às superfícies geradas
pelos fios. Cada parede ondulada consis-
te de duas camadas adjacentes de tijolos
que foram construídas ao mesmo tempo.
COBERTURA
Cinco faixas e meia de tiras de cúpulas
de dupla curvatura formam a cobertura
do templo. A ideia central era: executar
uma cúpula (barra), cujo molde pudes-
se ser retirado rapidamente e reusado
para formar a barra seguinte. Isso foi
realmente possível porque um arco cate-
nário (curva plana) apoiado em suas ex-
tremidades e sujeito a seu próprio peso
suporta tensões de pura compressão, o
que estabiliza a estrutura e permite a re-
moção precoce do molde. Com esse ob-
jetivo foi construído um molde itinerante.
Ele podia ser movimentado horizontal-
mente sobre rodas e verticalmente por
meio de macacos mecânicos. O molde
tinha quatro torres que seguravam uma
estrutura curva coberta por uma camada
de madeira.
Os tijolos da cúpula foram posiciona-
dos na camada de madeira, cada um em
seu lugar planejado. Após o término da
construção da barra, a cúpula atingiu a
resistência exigida em algumas horas
(entre 12 e 24 horas, conforme a tempe-
ratura). Então o molde podia ser baixado
para ser movimentado horizontalmente
(sem colidir com a nova barra de tijolos).
Até a posição da próxima barra. Ali, o
molde era levantado para iniciar um novo
ciclo. O molde tem dois ailerons dobrá-
veis nas duas extremidades para evitar
colidir com as ondulações da parede du-
rante seu deslocamento horizontal.
TORRE DO SINO
A torre tem tanto paredes de superfície
lisa niveladas com o uso de régua quanto
de revolução. Ela foi construída sem mol-
des, seguindo um procedimento similar
ao usado nas paredes laterais onduladas.
Uma diretriz circular foi colocada ao nível
chão (na barra de fundação circular). Uma
segunda diretriz circular, com o mesmo
diâmetro, estava sendo posicionada em
níveis crescentes, de acordo com a ele-
vação da torre. Pontos apropriados de
diretrizes inferiores e superiores foram
ligados a um conjunto de fios, que forma-
ram uma superfície auxiliar. Os tijolos da
torre foram colocados tangencialmente à
superfície auxiliar.
INOVAÇÃO
| IGREJA CRISTO OBRERO
O plano de preservação da Cristo
Obrero exige um entendimento
prévio da complexidade das
estruturas e de como elas foram
projetadas e construídas, assim como
um diagnóstico do atual estado de
preservação dos componentes
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