Revista Estrutura - edição 1 - page 5

5
PALAVRA DO PRESIDENTE
| AUGUSTO GUIMARÃES PEDREIRA DE FREITAS
O
escopo do projeto estrutural
deve ser definido de forma bem
clara no processo de contratação
para possibilitar a equalização
necessária, a fim de se obter propostas
equivalentes, devendo ser posteriormen-
te formalizado no contrato do serviço.
Essa é uma questão que sempre vem à
tona, ou por falta de definição clara que
gere propostas diferentes numa mesma
concorrência, ou por uma falha de enten-
dimento e alinhamentos de expectativas
que gere descontentamentos no desen-
volvimento do projeto.
A reflexão aqui, no entanto, é a respeito
de qual seria o nosso escopo de trabalho
para que as necessidades do mercado
atual sejam atendidas. Além do projeto
estrutural, no meu entender, temos uma
etapa pré-projeto e uma pós-projeto que
são de suma importância e que devem
estar inclusas no escopo de trabalho, de-
vendo ser considerada na composição de
custos dos escritórios.
O sucesso de um empreendimento está
cada vez mais atrelado à forma como
se planeja a sua execução, o que acaba
definindo o fluxo de caixa e a viabilidade
financeira do negócio. O sistema constru-
tivo proposto para a estrutura é funda-
mental para este planejamento e o pro-
jetista estrutural é decisivo na definição
correta deste sistema.
Este escopo obriga o engenheiro a se pre-
parar melhor e de forma contínua, uma
vez que, ultimamente, diversos novos
sistemas construtivos têm surgido, ofe-
recendo soluções viáveis dependendo da
característica do empreendimento. Isso
faz com que o projetista estrutural tenha
que se reciclar constantemente e, mais
do que isso, que tenha visão de “constru-
tibilidade” do sistema e de suas interfa-
ESCOPO DO PROJETO
ESTRUTURAL
ces com as outras disciplinas. Além disso,
precisa saber dialogar com as equipes de
engenharia das incorporadora e constru-
tora, pois a construção do planejamento
e fluxo de caixa do empreendimento de-
pende desta interação.
Esta consultoria inicial é fundamental
para a viabilização ou não do empreendi-
mento, principalmente em dias de extre-
ma competitividade como hoje e como se
mostra o nosso futuro. Além desse esco-
po, também acrescentaria o trabalho do
pós-projeto. Para tanto, é necessária uma
preparação constante do engenheiro de
estruturas que precisa “deixar a pranche-
ta” e ir a campo entender o “como cons-
truir”, pesquisar e se atualizar.
Só assim ele poderá prestar este im-
portante papel, cujo objetivo, além da
qualidade da estrutura executada, está
na busca pela otimização dos recursos
humanos e materiais na execução de um
empreendimento.
Em resumo, precisamos atuar na defini-
ção do sistema construtivo, na viabilida-
de técnica e financeira do negócio, antes
de elaborar o projeto. E, após desenvol-
ver um projeto estrutural que busque
segurança com qualidade e consumos
adequados, precisamos atuar para que
o previsto seja realizado e, sempre que
possível, otimizado possibilitando ga-
nhos no próprio empreendimento e nos
futuros.
Precisamos equacionar a remuneração
necessária para que este escopo mais
completo seja viável e vantajoso para
ambos, contratante e contratado, o que,
acreditamos, ser possível em parcerias
verdadeiras.
AUGUSTO GUIMARÃES
PEDREIRA DE FREITAS
1,2,3,4 6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,...68
Powered by FlippingBook