Revista Estrutura - edição 2 - page 78

REVISTA ESTRUTURA
| OUTUBRO • 2016
78
cisalhamento. No caso de escoramen-
tos centrais, esse perigo é aumentado
porque os momentos são reduzidos a
uma pequena fração do que seriam em
uma laje sem escoramentos (pela redu-
ção dos vãos livres pela metade), mas
a cortante nos escoramentos centrais
podem ser iguais ao cortante nas par-
tes superiores dos pilares.
Os autores sugerem um ajuste dos no-
vos escoramentos com uma chave de
torsão. Embora provavelmente não seja
prático, este é um melhoramento em
relação à recomendação de que as ten-
sões não devem ser excessivas.
O redator está impressionado pelo re-
lato das épocas do ano em que ocorre
colapso da forma; as estações do ano
mais comuns são a primavera e o ou-
tono, normalmente no início da tarde.
Durante o verão, são encontradas as
condições adequadas de cura; duran-
te o inverno, a construção é mais len-
ta e as programações têm menores
probabilidades de ser mantidas. Para
se alcançar o tempo do acabamento,
os pavimentos normalmente são fina-
lizados entre meio-dia e 14h. Esse é,
portanto, o momento de maior ten-
são nos suportes. Em um caso, a falha
ocorreu enquanto a última caçamba
de concreto estava sendo lançada. As
falhas raramente ocorrem depois do
término do lançamento do concreto. A
partir dessas observações, sentimos
que muitas estruturas se aproximam
do carregamento último, mas são sal-
vas, talvez, por uma noite quente, um
lançamento de concreto lento, ou sim-
plesmente uma caçamba a menos de
concreto, que poderia ter sido usada.
O carregamento dos escoramentos é
especialmente crítico, porque a falha
de um único escoramento pode levar a
uma falha generalizada de uma grande
estrutura, tanto horizontal quanto ver-
ticalmente, o que não ocorreria em um
edifício completo.
CONCLUSÕES
É necessária uma análise teórica e a su-
pervisão por parte de um engenheiro
qualificado. As várias recomendações
afirmam que ele deverá fazer essas
análises, mas são muito vagas sobre
como tais análises devem ser feitas.
O engenheiro, no correto exercício de
sua profissão, pode poupar vidas, mas
certamente será alvo da insatisfação
do proprietário por atrasar a constru-
ção e do empreiteiro por causar um
custo extra no tempo e nas formas. O
engenheiro é particularmente sensível
às críticas, porque está exercendo um
controle que anteriormente não era sua
preocupação.
Este redator sugere que seja feita uma
medição simples – a deformação sob
cada laje à medida que as escoras in-
feriores são retiradas dos pavimentos.
Conforme foi mencionado acima, existe
muito desconhecimento envolvido na
tentativa de estimar as tensões reais ou
estabelecer as programações, mas pa-
rece que há um consenso no sentido de
que a primeira laje que suporta o peso
dos pavimentos acima dela receba uma
carga substancialmente menor do que
os pavimentos superiores. Uma medida
dessa deformação dará um indício das
cargas esperadas acima, e em um nú-
mero que é prontamente entendido por
todos. As deformações que excedam os
valores normativos, independentemen-
te de outras computações, ou da falta
delas, são evidências imediatas de pe-
rigo. E tais medidas podem ser feitas e
entendidas por qualquer pessoa.
Se for feita uma análise detalhada, e se
o engenheiro prescrever o sistema de
forma, essa medida resulta em maiores
informações sobre seu sucesso e co-
loca em evidência sua necessidade. Se
o engenheiro não estiver investigando
as tensões nas formas, as deformações
servirão como um índice das tensões
envolvidas.
A medição de tais deflexões pode ser in-
cluída nas especificações do cargo com
um pequeno custo adicional, se houver.
Mais importante: exigir que o empreitei-
ro realize tais medições não coloca uma
responsabilidade geral no engenheiro,
caso ocorra uma falha nas formas, como
apresentado nas descrições detalhadas
dos deveres do engenheiro.
CONCLUSÃO
DOS AUTORES
Os autores agradecem o Sr. Royer por
suas discussões e sugestões com rela-
ção aos procedimentos da construção.
Sr. Royer sugere que
Ec
é mais errático
no valor do que a tendência admitida.
Na comparação das duas análises para
Ec
constante ou variável, como é mos-
trado no paper, existe uma diferença
muito pequena entre os dois resulta-
dos, a partir da qual os autores concluí-
ram que qualquer um, na pressa, iria
ignorar o refinamento da variação de
Ec. Para o caso mais extremo mencio-
nado por Sr. Royer para concreto de 1
ou 2 dias de idade submetido a carga,
variações em
Ec
seriam mais significa-
tivas, mas os autores não concordam
totalmente porque
Ec
se desenvolve
rapidamente em comparação com a
resistência ao esmagamento e, conse-
quentemente, é mais constante.
Sr. Royer observa que a rigidez à flexão
da laje é aumentada perto dos pilares
onde há mais armação. Isso normal-
mente é compensado pela fissuração
que é comum naquela área quando
atua as cargas de trabalho. É claro que
a variação na rigidez à flexão (mesmo
com variação nas espessuras das lajes)
não afeta a validade das análises, desde
que os escoramentos permaneçam rígi-
dos e que os pavimentos sucessivos se-
jam da mesma forma, com as mesmas
variações na rigidez.
É interessante notar que o redator achou
interessante considerar um exemplo em
que o efeito da carga na construção é
mais severo do que no caso menciona-
do pelos autores. Claramente, a relação
entre a carga máxima de construção e
a carga de serviço vai depender da re-
lação das cargas sobrepostas e o peso
próprio da laje, bem como dos procedi-
mentos da construção adotados. Assim,
a relação entre as cargas de construção
e serviço vão variar de um canteiro de
obras para outro.
O redator se refere ao ajuste por uma
chave de torsão sugerido pelos autores
como “provavelmente não ser prático”,
mas não oferece quaisquer objeções
específicas. Embora esse procedimen-
to seja provavelmente novo, os autores
deixaram de explicar por que ele deve-
ria ser menos prático do que qualquer
outro método novo de construção.
Em conclusão, os autores concordam
com a recomendação geral da discus-
são de Sr. Royer, segundo a qual a ma-
neira mais simples de lidar com as car-
gas da construção é fazer um projeto
para elas. A opinião dos autores é que
essas cargas da construção podem ser
calculadas tão rapidamente quanto po-
dem ser adotadas.
BOAS PRÁTICAS CONSTRUTIVAS
| CIMBRAMENTO - ACI
1...,68,69,70,71,72,73,74,75,76,77 79,80,81,82,83,84
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