Revista Estrutura - edição 2 - page 75

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da remoção dos escoramentos no nível do
solo. Como vimos anteriormente, as cargas
convergem para um ciclo regular. A mesma
afirmação é válida para outros valores de
m
.
COMPARAÇÃO DE CARGAS
DE CONSTRUÇÃO
COM CARGAS DE SERVIÇO
Para explorar as implicações desta aná-
lise em termos de projeto e construção
é mais conveniente seguir o histórico de
carregamento das lajes individuais. Na
Figura 4 é apresentado para a laje mais
carregada, bem como a solução média
ou convergente para os três procedimen-
tos de construção, com
m
= 2, 3 e 4.
Ao verificar o histórico de carga fica evi-
dente que o índice de carga máxima para
qualquer laje ficará, inevitavelmente, en-
tre 2,0 e 2,5. Neilson¹ obteve relações de
cargas máximas teóricas de 2,66 para
m
= 2 e 2,31 para m = 3, usando rigidez das
escoras determinadas experimentalmen-
te para escoras de madeira. É esperado
que com a introdução de escoramentos
flexíveis pode se reduzir o índice da carga
máxima. A discrepância deve-se à varia-
ção muito ampla de
Ec
, o que não está
de acordo com o resultado experimental.
Em testes reais em um edifício multipa-
vimentos em construção,
com um ciclo de laje de
14 dias e um sistema de
escoramento de madeira
correspondente a
m
= 2, a
máxima relação de carga
observada nos dois pri-
meiros níveis foi 2,08.
Oprincipal efeito do aumen-
to do valor de
m
é aumentar
a idade da laje na qual essa
carga máxima é aplicada. Se
o peso próprio da laje for
uma fração alta da carga to-
tal que a laje deve suportar
no serviço, o que normalmente acontecerá
é que as cargas de construção são críticas
em todos os aspectos do projeto da laje.
Por exemplo, uma laje de 25 cm em um
edifício corporativo que usa três lances de
escoramento na construção, terá cargas
de construção e de serviço (consulte a Ta-
bela 1).
Se a laje tivesse somente uma espessura de
15 cm, as cargas de serviço seriam maiores
que as cargas de construção, e não seria ne-
cessário estabelecer uma tolerância para as
cargas de construção no projeto.
A pergunta que surge é a seguinte: Que to-
lerâncias deveriam ser estabelecidas para
as cargas de construção, se elas excedes-
sem as cargas subsequentes no serviço?
A resposta é que é necessário separar as
duas principais exigências que a estrutura
deve satisfazer durante a construção. Tais
exigências são as mesmas para qualquer
idade da estrutura, ou seja, uma margem
adequada de segurança e deformação
permanentes dentro de limites aceitáveis.
CONSIDERAÇÕES DO
PROJETO
Embora a razão de carga obtida por uma
análise elástica seja de certa forma maior
que 2,0, uma distribuição de carga dife-
rente deveria ser feita antes da ocorrência
de uma falha na
flexão. O desen-
volvimento
do
momento plástico
total na laje, que
permite o uso da
teoria da linha
de
rendimento
na análise da re-
sistência última
das lajes, permite
também a redis-
tribuição de cargas por meio do sistema
de escoramentos. Antes da ocorrência de
um colapso na Operação A, a carga de la-
jes
m
+ 1 é, portanto, distribuída entre as
lajes
m
, proporcionalmente às suas resis-
tências disponíveis. Essa discussão levaria
a uma distribuição de carga mais favorável
em relação àquela resultante da teoria da
elasticidade. Se a vantagem dessas consi-
derações da resistência última fosse consi-
derada, as deformações poderiam tornar-
-se excessivas. A questão das deformações
é amplamente discutida na próxima seção.
A redistribuição da carga elástica não
pode ser confiada no que se se refere à
resistência à cortante (cisalhamento) da
laje. As deformações por cisalhamento
são pequenas em comparação com as
deformações resultantes das flexões e
a falha por cortante pode ocorrer antes
que seja atingida a resistência à flexão
última com a distribuição da carga asso-
ciada. Considerações similares sobre a
resistência ao cisalhamento aplicam-se à
resistência à aderência.
As tensões ao cisalhamento e à aderên-
cia na construção devem ser conside-
radas juntamente com as resistências
à cortante e à aderência disponíveis no
concreto commenos de 28 dias. Conside-
rando que essas resistências variam com
1...,65,66,67,68,69,70,71,72,73,74 76,77,78,79,80,81,82,83,84
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