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paredes também constitui um procedi-
mento que reduz a ocorrência dessas
fissuras. Tais armaduras podem estar
localizadas em cintas de respaldo e/ou
juntas horizontais. Observe-se que elas
são mais eficientes quando dispostas
na horizontal, direção de atuação da
força cortante na parede induzida por
movimentação da laje. Já as armaduras
verticais contribuem apenas de forma
marginal por efeito pino.
REPARO DAS FISSURAS
Observada a ocorrência de fissuração
na região em estudo, algumas provi-
dências podem ser tomadas, como as
resumidas na figura 7.
O processo de recuperação das fis-
suras pode ser feito basicamente de
duas formas: a) remoção e substitui-
ção da alvenaria danificada; b) retira-
da e substituição do revestimento na
região fissurada. Em geral, o primeiro
procedimento é caro e pode ser até
mesmo ineficiente se as causas do pro-
blema não forem sanadas. O segundo
procedimento é o mais utilizado e tem
como fundamento a separação entre
a alvenaria e o revestimento, mediante
a colocação de um material liso e neu-
tro (bandagem, fita adesiva, etc.), bem
como o aumento da elasticidade do re-
vestimento (por exemplo com a adição
de cola PVA na argamassa de revesti-
mento) e a sua armação com tela metá-
lica ou de material geotêxtil. A figura 8
ilustra essa recuperação.
ESTUDO DE CASO
Corrêa e Ramalho[6] apresentaram um
estudo de caso em que um pavimen-
to de cobertura e as paredes sobre as
quais ele se apoia foram representados
por modelos alternativos em elemen-
tos finitos, considerando simplificada-
mente o comportamento elástico-linear
para os materiais. O pavimento em laje
de concreto de 0,09m de espessura foi
submetido a uma variação uniforme de
temperatura de 20º C, analisando-se a
intensidade das tensões de cisalhamen-
to despertadas nas paredes. A figura 9
apresenta a forma do referido pavimen-
to, bem como as principais característi-
cas dos elementos estruturais.
As paredes dispostas na direção da
maior dimensão do pavimento foram
analisadas com base nos critérios es-
tabelecidos em [7]. Considerando-se o
modelo mais refinado dentre os utiliza-
dos, no qual as paredes foram discretiza-
das em elementos finitos de membrana
e as lajes em elementos de casca, todas
as paredes, exceto a P3, apresentaram
tensões de cisalhamento superiores aos
valores máximos normalizados, indican-
FIG. 5 – JUNTA DESLIZANTE ABAIXO
DA LAJE.
FIG. 6 – DETALHES PARA A MINIMIZAÇÃO DE FISSURAS NAS PAREDES SOB LAJE DE
COBERTURA. ADAPTADA DE [9].
FIG. 7 – PROCEDIMENTOS DE REPARO [9].