Revista Estrutura - edição 1 - page 60

REVISTA ESTRUTURA
| JULHO • 2016
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ção, aplicando-se apenas, e cuidadosa-
mente, os conceitos de estanqueidade,
baseados num artigo de referência
“Con-
siderações sobre estanqueidade de estru-
turas de concreto”
publicado por Helene,
Terzian e Sardinha (1980), com algumas
ressalvas quanto as juntas de concreta-
gem para uma laje de subpressão com
espessura de 1m (caso do MIS-RJ).
Na interface das juntas de concretagem
previstas, ao longo de todo seu compri-
mento, foi recomendado o uso de tela
de aço galvanizada como fôrma incor-
porada, a qual foi estruturada na pró-
pria armadura construtiva situada na
mesma, associado ao uso de fita hidro-
expansiva. Foi previsto em projeto uma
armadura construtiva tipo grampo em
“C” a cada 25cm com o intuito de servir
como anteparo de amarração da tela,
ao longo do contorno de todas as juntas
(em um dos lados). Desta forma foi obti-
da uma junta vertical de modo a permi-
tir que o concreto fosse adequadamen-
te adensado nessa laje, em toda sua
extensão e principalmente no limítro-
fe das juntas de concretagem, regiões
mais críticas. O detalhe típico do uso da
tela de aço galvanizado como fôrma in-
corporada e da fita hidroexpansiva, da
laje de subpressão em questão, pode
ser observado na perspectiva ilustrati-
va da Figura 2.
Nota-se que o ideal seria a colocação da
fita hidroexpansiva na região mais próxi-
ma da base da tela de aço galvanizada,
no entanto, por questões pertinentes a
dificuldade de acesso quando a próxi-
ma etapa de concretagem já estivesse
armada, a fita foi colocada numa região
mais superior (aproximadamente 30cm
abaixo da superfície acabada da laje),
conforme ilustrado na Figura 2. A Figura
3 exemplifica a situação real em obra da
preparação da junta de concretagem de
uma etapa genérica.
Mais recentemente ainda, em maio de
2015, foi finalizada a laje de subpressão
da obra do Hospital Copa Star do grupo
Rede D’Or São Luís S/A., também loca-
lizado em Copacabana/RJ e com 1m de
espessura, empregando os mesmos
conceitos aplicados na obra do MIS-RJ.
Entretanto, a laje de subpressão dessa
obra possui aproximadamente o dobro
de área da laje do MIS-RJ e quase três
vezes mais o número de etapas de con-
cretagem. Nas Figuras 4 e 5 é possível
observar uma vista de parte da laje
concretada e o detalhe de uma junta
concluída para a concretagem da eta-
pa conjugada subsequente, com a fita
hidroexpansiva já posicionada, em con-
formidade com os conceitos anteriores
da Figura 2.
Em suma, desde que o engenheiro seja
capaz de projetar e construir uma es-
trutura de concreto armado estanque
e, consequentemente, durável, torna-se
secundária e de pouca importância a dis-
cussão se o material concreto é essen-
cialmente “impermeável” ou não.
Referências
BRITEZ, C. et al. Estanqueidade de La-
jes de Subpressão. Caso MIS-RJ. In:
55º Congresso Brasileiro do Concreto,
2013, Gramado. Anais do 55º Congres-
so Brasileiro do Concreto. São Paulo:
Ibracon, 2013. 16p.
HELENE, P. R. L.; TERZIAN, P. R.; SARDI-
NHA, V. L. A. Considerações sobre es-
tanqueidade de estruturas de concre-
to. In: Anais do 2º Simpósio Brasileiro
de Impermeabilização. Rio de Janeiro:
Instituto Brasileiro de Impermeabiliza-
ção, 1980, p. 176-97.
MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concre-
to: estrutura, propriedades e materiais.
2. ed. São Paulo: Ibracon, 2014. 751 p.
FIGURA 4 – PARTE DE LAJE DE SUBPRESSÃO CONCRETADA, OBRA HOSPITAL COPASTAR SITO EM
COPACABANA/RJ.
FIGURA 5 – DETALHE DA JUNTA JÁ PREPARADA COM A FITA HIDROEXPANSIVA POSICIONADA
PARA POSTERIOR CONCRETAGEM, DA ETAPA SUBSEQUENTE.
BOAS PRÁTICAS CONSTRUTIVAS
| O CONCRETO É IMPERMEÁVEL?
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