Revista Estrutura - edição 1 - page 57

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projetos e obras em BIM já ocorrem no
Brasil, como é o caso por exemplo da
obra da Unidade Operacional da Bacia
de Santos, projetos no Metrô de São
Paulo e outros.
O BIM é baseado em um modelo tridi-
mensional paramétrico que contém in-
formações a serem utilizadas durante
todo o ciclo de vida da edificação por
diferentes intervenientes (arquitetos,
engenheiros, consultores, orçamentis-
tas, construtores, operadores, mante-
nedores...).
Apesar de BIM não ser uma tecnologia
ou um aplicativo, quando se usa BIM
depende-se de certas tecnologias e fer-
ramentas, como hardwares e softwares
específicos para modelagem e outras
necessidades.
Para se utilizar o processo BIM com o
seu melhor potencial, necessita-se sa-
ber para qual o objetivo e uso que ele
será aplicado na construção. Por exem-
plo para os contratantes pode-se ter
como objetivo a redução de erros e
alterações de obra, gestão de informa-
ções atualizadas e confiáveis e a opera-
ção e manutenção da edificação. Já para
os projetistas, a confiabilidade na docu-
mentação produzida, antecipação de
problemas de projeto e assertividade e
garantia de melhores soluções.
Existem muitos usos do BIM, dependen-
do da etapa do ciclo de vida da edifica-
ção em que ele é aplicado. Por exemplo,
na fase de concepção o modelo pode
ser utilizado para criação e concepção
com estudos de massa, estudos de mo-
vimentação de terra e visualização pelo
cliente. Na fase de projeto, propriamen-
te dita, pode-se utilizar o Bim para mo-
delagem 3D paramétrica, validação de
códigos e normas, coordenação 3D e
detecção de interferências, simulação
e análises (estrutura, energética, acús-
tica, iluminação, climatização e outas)
e geração de documentação. Na fase
de planejamento de obra, o uso do BIM
está focado em extração de quantita-
tivos, planejamento 4D e cronograma
físico financeiro. Na fase de construção
o BIM pode ter como principais usos o
planejamento e ocupação do canteiro
de obras, a pré fabricação e fabricação
digital, o controle e o planejamento 4D
e 5D e “as built”. Na fase pós entrega de
obra, o BIM tem como principais usos a
programação e manutenção preventiva
do edifício, as análises dos sistemas do
edifício, a gestão da edificação planeja-
mentos de reformas, e por final o pla-
nejamento do abandono da edificação
(sua demolição com o reuso de mate-
riais - reciclagem).
Para se construir um modelo BIM de-
ve-se considerar além dos objetivos
e usos do BIM quais são os requisitos
de projeto envolvidos que devem estar
claro e acordados entre toas as partes
envolvidas. As informações devem ser
objetivas para que possam fazer da
construção virtual a realidade da obra.
O modelo BIM deve ser construído com
base em informações do objeto, ou seja,
paredes, janelas, portas, pilares, vigas.
Para que estes objetos se adequem ao
modelo eles devem ser editáveis (pa-
ramétricos), ou seja, poder se submeter
a edição de parâmetros como dimen-
sões, materiais e outros. Estes objetos
devem compõe o que chamamos de bi-
blioteca BIM e que podem ou não estar
atreladas aos softwares BIM. Muitas bi-
bliotecas podem ser construídas pelos
fabricantes de produtos, estar disponí-
veis na internet ou ser construída pelo
próprio escritório de projeto ou obra,
além daquelas que já vem inclusas nos
softwares BIM.
Atualmente existe uma comissão de
Norma da ABNT vigente que é a de nú-
mero ANBT/CEE-134: Comissão de Estu-
do especial – Modelagem da informa-
ção da construção que está instalada
desde 2009 e tem as seguintes normas
publicadas:
l
NBR ISO 12006-2:2010 Constru-
ção de edificação –
Organização de
informação da construção Parte 2:
Estrutura para classificação de in-
formação
l
NBR 15965-1:2011 –
Sistema de clas-
sificação da informação da constru-
ção Parte 1: Terminologia e estrutura
l
NBR 15965-2:2012 –
Sistema de
classificação da informação da
construção Parte 2: Características
dos objetos da construção.
l
NBR 15965-3:2014 –
Sistema de
classificação da informação da
construção Parte 3: Processos da
construção.
No Brasil ainda temos um grande cami-
nho a percorrer com a implementação
do BIM, sendo que se observa que algu-
mas empresas de projeto já adotaram
o processo e passam a trabalhar desta
forma. Na área de obra e construtoras
ainda percebe-se a intenção e tentativas
isoladas de implementação, sendo que
há casos de sucesso já sendo apresenta-
dos em Seminários e artigos de revistas
técnicas.
Espera-se que o mercado aproveite esta
entressafra e aproprie-se deste mo-
mento como uma oportunidade para
se reciclar e se aperfeiçoar em todos os
âmbitos, inclusive no BIM para que pos-
samos logo galgar novos patamares na
execução de projetos e obras.
Para se utilizar o processo BIM
com o seu melhor potencial, é
necessário saber para qual objetivo
e uso em que será aplicado.
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