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estrutural. Arquitetos e estruturalistas se
realimentam de conhecimento e sensibi-
lidade. É um processo dialético e imemo-
rial que já ofereceu maravilhas à humani-
dade. Um edifício belo, preciso e seguro
gera prazer estético e entusiasmo.
Penso que o arquiteto deve envolver o
engenheiro estrutural no processo desde
a concepção do projeto. Por outro lado,
cabem aos engenheiros de estrutura com-
preender a dimensão do arquiteto, que
entende o edifício como objeto de cultu-
ra. Compreender a dimensão abstrata de
uma obra de arquitetura é fundamental.
A dimensão estética, simbólica e abs-
trata e a dimensão concreta e científica
seguem lado a lado, se conectam: a ar-
quitetura passa a ser lógica e a estrutu-
ra se torna abstrata.
No desenrolar dessa relação, construí-
mos obras e amizades. Em minha vida
profissional, tornei-me amigo de vários
engenheiros de estrutura, profissionais
com uma capacidade de compreensão
da matemática que ultrapassa o conven-
cional e transcende o sentido meramen-
te material. São pessoas que interpretam
tridimensionalmente as estruturas, veem
seu funcionamento antes mesmo que
elas existam. Tanto o arquiteto quanto
o engenheiro estruturalista percebem o
resultado antes que o projeto se conclua.
É uma combinação de imaginação e téc-
nica, uma dimensão que nos une e que
nos permite transcender juntos.
Gustavo Penna
formou-se em arquitetura pela Universida-
de Federal de Minas Gerais, na turma de 1973. Já no ano
seguinte fundou o escritório Gustavo Penna Arquitetos
& Associados, que atualmente envolve uma equipe de 30
profissionais e já desenvolveu uma centena de projetos de
edifícios residenciais, comerciais, culturais e institucionais
de médio e grande porte. Com frequência atua também em
parceria com escritórios nacionais e internacionais, entre
eles, o americano Richard Meier & Partners Architects, além
do alemão Gerkan, Marg und Partner (GMP). Além da ativi-
dade empresarial, Penna lecionou de 1977 a 2009 na Escola
de Arquitetura e Urbanismo da Federal de Minas Gerais. Foi
também, em meados dos anos de 1980, assessor especial
do Ministério da Cultura para Projetos de Espaços Culturais.
ILUSTRAÇÃO DA SEDE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE METALURGIA, MATERIAIS E MINERAÇÃO,
LOCALIZADA EM SÃO PAULO
