REVISTA ESTRUTURA
| OUTUBRO • 2016
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NORMAS TÉCNICAS
| NBR 6120
ma a contemplar a atuação de um maca-
co automotivo apoiando-se sobre o piso.
Para caminhões e ônibus, a norma ASCE
7-10 [2] orienta que a estrutura deve ser
projetada conforme a norma AASHTO
LFRD Bridge Design Specifications [4], per-
mitindo dispensar considerações relativas
à fadiga e efeitos dinâmicos. São especi-
ficadas também forças horizontais para o
projeto de barreiras sujeitas ao impacto
de veículos de passeio.
O Eurocode 1 parte 1-1 [5] prescreve
cargas para o projeto de estruturas para
duas categorias de veículos: (a) veículos
de passageiros com peso bruto total de
até 30 kN e (b) veículos médios com peso
bruto total de até 160 kN. Para ambas as
categorias, são apresentadas cargas uni-
formemente distribuídas e cargas con-
centradas. Estas últimas são aplicadas
isoladas das demais cargas, dispostas na
forma de um eixo-tipo, nas posições em
que provocarem os efeitos mais desfavo-
ráveis. As forças horizontais para o pro-
jeto de barreiras sujeitas ao impacto de
veículos são especificadas no Eurocode 1
parte 1-7 [6].
Mesmo com algumas limitações, a análise
das prescrições de normas estrangeiras
permitiu definir itens a serem abordados
no projeto de revisão da norma ABNT
NBR 6120:1980 [1]:
•
definição de cargas uniformemente
distribuídas para categorias de veí-
culos mais pesados, além de veícu-
los de passeio;
•
definição de cargas concentradas
para a verificação da atuação de
macacos automotivos e rodas de
veículos médios e pesados;
•
definição de forças horizontais para
o projeto de barreiras sujeitas ao
impacto de veículos;
•
definição de critérios para a verifica-
ção de veículos especiais (blindados,
caminhões de bombeiros, cami-
nhões betoneira, carros-fortes, etc.).
METODOLOGIA
Os estudos partiram da premissa de que
no Brasil podem circular veículos cujos
pesos e dimensões atendam aos limites
estabelecidos pelo CONTRAN (Conselho
Nacional de Trânsito) [7], conforme de-
terminam os artigos 99 e 100 do Código
de Trânsito Brasileiro [8]. O documento
Quadro de Fabricantes de Veículos [9]
apresenta os pesos máximos por eixo, as
classes dos veículos e combinações de
veículos, bem como o seu PBT (peso bru-
to total) e agrupamentos de eixos para
cada classe.
Em seguida, procedeu-se à pesquisa das
características técnicas dos veículos em
circulação no Brasil (para as diversas
classes, incluindo os veículos especiais),
TABELA 1 – AÇÕES EM GARAGENS E DEMAIS ÁREAS DE CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
Categoria PBT (kN)
Carga
uniformemente
distribuída
(kN/m²)
Altura
máx.
(m)
Cargas
concentradas
Qk (kN)
Força
horizontal
Fx (kN)
e
Força
horizontal
Fy (kN)
e
Altura H de
aplicação
das forças
Fx e Fy (m)
e
I
a
≤ 30
3,0
2,30
12
b
100
50
0,50
II
f
≤ 90
5,0
2,60 60 (Fig. 1)
180
90
0,50
III
≤ 160
7,0
3,00 100 (Fig. 2)
240
120
1,00
IV
> 160
10,0
> 3,00 170 (Fig. 3)
255 (Fig. 4)
320
160
1,00
V
c
≤ 230
viaturas
bombeiros
10,0
≥ 4,50 170 (Fig. 3)
320
d
160
d
1,00
d
NOTAS:
a As ações da Categoria I são adequadas também para veículos de passeio blindados, des-
de que a blindagem corresponda a um acréscimo de no máximo 15% do PBT do veículo.
b A carga concentrada deve ser considerada atuando numa região de 10 cm x 10 cm.
c As cargas devido a viaturas de bombeiros podem ser consideradas Excepcionais, con-
forme a ABNT NBR 8681, se atuarem apenas em situações de combate a incêndio. Para
demais situações, devem ser consideradas como ações variáveis Normais, conforme a
ABNT NBR 8681.
d A verificação das forças horizontais, nesse caso, só precisa ser feita caso a atuação das viatu-
ras de bombeiros seja considerada uma ação variável Normal, conforme a ABNT NBR 8681.
e As forças horizontais devem ser consideradas Excepcionais, conforme a ABNT NBR
8681. X é a direção paralela ao tráfego dos veículos, y é a direção perpendicular ao trá-
fego dos veículos. As forças horizontais podem ser consideradas atuando de forma não
concomitante numa faixa de 25 cm de altura e 150 cm de largura ou a largura da face do
pilar em questão, o que for menor (Fig. 5). Alternativamente, podem-se prever barreiras
que resistam aos mesmos valores de forças horizontais.
f As ações da Categoria II são adequadas também para carros-fortes e UTI’s
móveis
FIGURA 1 – EIXO-TIPO SIMPLES PARA VERIFICAÇÃO DE CARGAS CONCENTRADAS – CATEGORIA II
FIGURA 2 – EIXO-TIPO SIMPLES PARA VERIFICAÇÃO DE FORÇAS CONCENTRADAS – CATEGORIA III