Revista Estrutura - edição 2 - page 63

matriciais (STRESS) ainda não existiam.
Foi preciso, portanto, inventar um mode-
lo analítico que pudesse ser desenvolvido
com as ferramentas disponíveis. Conse-
guimos fazê-lo, conforme pode ser visua-
lizado na reprodução de alguns cálculos,
e concluímos que a estrutura seria viável,
tal como fora concebida pelos arquitetos.
Logo desenvolvemos o projeto executivo,
com fundação direta e estrutura conven-
cional. Devido ao tipo de fundação e do
solo de Santos, a possibilidade de recal-
ques diferenciais entre apoios indicava a
necessidade de uma estrutura isostáti-
ca, apoiada em rótulas de neoprene. Na
região dos apoios, os finos pórticos se
alargavam numa configuração em “dia-
mante”, de modo a distribuir as cargas
concentrada aos apoios. A construção foi
outro grande desafio, devido à esbeltes
dos pórticos, em concreto aparente.
O edifício original do Clube XV sobre-
viveu muito bem durante cerca de 40
anos. Mas, infelizmente, foi demolido
para dar lugar a um complexo hoteleiro,
ficando as instalações do antigo clube
restrito a alguns andares. É um exemplo
da possibilidade de se dimensionarem
estruturas complexas com ferramentas
simples, usando a intuição e a criativida-
de como instrumentos adicionais (e in-
dispensáveis). Hoje a estrutura poderia
ser calculada mais rapidamente e com
maior precisão, mas não seria nem me-
lhor nem mais econômica do que a origi-
nal dos anos 60.
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