Revista Estrutura - edição 1 - page 48

REVISTA ESTRUTURA
| JULHO • 2016
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necessários aos anseios da engenharia
nacional por uma norma mais atualizada.
COMPARAÇÕES
ENTRE A NBR123/1980
E A NBR/1961
A seguir são apresentadas algumas com-
parações entre os dois regulamentos:
1° — A N8R6123/1980 define os limites
de sua aplicabilidade, e que são a aborda-
gem de estruturas de comportamento
estático, com localização comum, com
formatos constantes no seu texto, e cuja
altura efetiva não seja superior a 200m.
Ela também deixa bem claro que não se
aplica a estruturas de comportamento in-
trinsecamente dinâmico, e que nos casos
de sua não aplicabilidade deve-se recorrer
a ensaios em túneis de vento e/ou à análi-
se matemática pertinente. Por outro lado,
a NB5/1961 se limita apenas a dizer que os
casos não previstos em seu texto devem
ser determinados a partir de ensaios em
túneis de vento, não definindo limites para
a altura efetiva (embora na prática tenham
existido algumas regras para sua determi-
nação) e nem esclarecendo que se limita
às edificações de resposta estática.
2° — A NBR6123/1980 indica que a pres-
são dinâmica deve ser calculada a partir
da velocidade característica que leva em
conta os seguintes fatores: topografia e
rugosidade do terreno, tempo de du-
ração da rajada do vento para envolver
toda a construção, altura efetiva da edi-
ficação, grau de risco admissível para a
construção e a velocidade máxima es-
perada na sua região. Ao contrário da
Norma atual, a NB5/1961 despreza a in-
fluência da maioria destes fatores sobre
a pressão dinâmica. Este fato conduziu
a discrepâncias muito grandes entre as
duas normas, que podem ser constata-
das na figura 01. Esta figura apresenta
as pressões dinâmicas mínimas e má-
ximas possíveis de ocorrer no território
brasileiro segundo a NBR6123/1980, e
as pressões dinâmicas propostas pela
NB5/1961. A análise da mesma demons-
tra que a pressão dinâmica proposta
pela NB5/61 pode ser antieconômica nos
casos em que ela é superior às previstas
pela NBR6123/1980, e que ela pode con-
duzir a níveis baixos de segurança quan-
do inferior às indicadas pelo instrumento
normativo ora em vigência.
3º — A estabilidade das construções ex-
postas ao vento não depende apenas do
correto dimensionamento dos elementos
estruturais, mas também da boa ancora-
gem dos seus diversos elementos (telhas
nas terças, terças nas tesouras ou arcos e
estás na estrutura principal da edificação).
Por isso é importante o conhecimento dos
pontos por onde se iniciam os acidentes
causados pelo vento. Quanto a isto, a
NBR6123/1980 salienta que as ações do
vento de incidência oblíqua às faces das
edificações, junto às quinas e cantos das
paredes e telhados, são muito maiores do
que as que ocorrem em outros pontos. O
conhecimento deste aspecto faz com que
se possa reforçar a estrutura nos pontos
em que ela é mais solicitada, evitando o
esforço de toda a estrutura e aumentando
a margem de segurança de ummodo eco-
nômico e racional.
A NB5/1961 nada comenta a respeito
desta característica da ação de vento
nas edificações, mas caso se tentasse
analisar os efeitos do vento para uma in-
cidência oblíqua segundo o seu texto, os
resultados seriam bem diferentes daque-
les que se encontram quando a análise é
feita à luz da NBR6123/1980, conforme se
exemplifica na figura 02.
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