Revista Estrutura - edição 1 - page 49

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4º — Para as construções de planta re-
tangular com telhados de duas águas,
de alteamento inferior a um e meio, a
NBR6123/1980 aponta o ângulo de 10º
como correspondente à inclinação de
telhado que sofre os efeitos mais seve-
ros devidos aos ventos. Para alteamento
maiores, outros ângulos são indicados.
Por outro lado, a NB5/1961 indica o telha-
do plano horizontal, independentemen-
te da altura relativa da edificação, como
aquele que sofre as ações mais nocivas
dos ventos.
5º — O ângulo de inclinação do telhado
das duas águas de uma edificação de
planta retangular corresponde a forças
nulas na água de barlavento provoca-
das pela ação dos ventos é apresentado
na figura 03. Observa-se que os valores
deste ângulo variam com a altura relativa
das construções e que as duas Normas
são divergentes a respeito dos mes-
mos. A NBR6123/1980 apresenta valores
maiores para este ângulo do que o fez a
NB5/1961. Como os ângulos de inclina-
ção do telhado inferiores a este ângulo
correspondem a sucção do vento sobre a
água de barlavento e os ângulos superio-
res a ele correspondem a sobrepressão,
pode-se afirmar que a Norma atualmente
em vigência indica a presença de sobre-
pressão na água de barlavento para in-
clinações bem maiores do que o fazia o
instrumento normativo anterior.
6º — A NB5/1961 julga que os efeitos do
vento sobre as construções tridimensio-
nais possam ser estudados a partir do
estudo dos efeitos sobre os seus planos
componentes, tomados isoladamente,
portanto desconsiderando o aspecto tri-
dimensional destas. Atualmente se sabe
que as proporções das construções in-
fluenciam significativamente nos valores
dos coeficientes aerodinâmicos e que
consequentemente, as considerações da
NB5/1961 estão incorretas. Observa-se
na figura 04 que a variação dos valores
dos coeficientes de arrasto em função
das proporções das edificações é con-
siderável segundo a NBR6123/1980, em
contraste com a abordagem da Norma
anterior.
7º — A análise de telhados múltiplos se-
gundo a NB5/1961 levava a coeficientes
de formas superiores aos indicados pela
regulamentação ora em vigor, exceto no
primeiro tramo onde conduz em geral a
valores inferiores. Além disso, a mesma
não apresentava nenhuma indicação
sobre as ações locais. Para exemplificar
esta assertiva, a figura 05 indica para um
mesmo caso os coeficientes de forma
fornecidos pelas duas Normas.
8º — A NB5/1961 indica para telhados
de uma água valores de coeficientes
de forma inferiores aos indicados pela
NBR6123/1980, indo contra a seguran-
ça das edificações, como exemplificar o
caso abordado na figura 06.
9º — A NB5/1961 não aborda explicita-
mente o caso de coberturas isoladas,
como o faz atualmente a NBR6123/1980.
Em geral, a análise destas
construções segundo a Nor-
ma anterior conduzia a coe-
ficientes aerodinâmicos in-
feriores aos indicados pela
Norma ora em vigência. Para
exemplificar, é apresentada
na figura 07 uma cobertura
isolada com seus respectivos
coeficientes. Observa-se que
as diferenças são significati-
vas e é sempre bom lembrar
que em geral as coberturas
isoladas são muito leves e
que por esta razão as cargas
devidas aos ventos são as
ARTIGO RETRÔ
| REVISTA 117 - 1986
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