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          cações precedentes da estrutura,
        
        
          como aumento da espessura da
        
        
          laje, e (2) a carga do tráfego e dos
        
        
          materiais estocados sobre o ta-
        
        
          buleiro no dia do acidente.
        
        
          Segundo o mesmo Conselho de
        
        
          Segurança, contribuíram para
        
        
          esse erro de projeto da ponte
        
        
          I-35W a deficiência do controle de
        
        
          qualidade por parte do próprio
        
        
          projetista, que assegurasse o di-
        
        
          mensionamento adequado das
        
        
          placas de ligação, e a verificação
        
        
          insuficiente do projeto por parte
        
        
          dos órgãos de transporte oficiais,
        
        
          tanto estaduais como federais.
        
        
          Ainda segundo o Conselho de
        
        
          Segurança, contribuíram tam-
        
        
          bém para o acidente a prática
        
        
          geralmente adotada nos órgãos
        
        
          oficiais de transporte federais e
        
        
          estaduais ao não dedicar ade-
        
        
          quada atenção às placas de liga-
        
        
          ção (gusset plates), durante as inspe-
        
        
          ções, para suas condições de distorção
        
        
          e encurvamentos, e por excluir as placas
        
        
          de ligação nas avaliações de suas capa-
        
        
          cidades de carga. Em outras palavras,
        
        
          o projeto e a verificação das placas de
        
        
          ligação repetiram práticas consagradas
        
        
          e consolidadas de projeto, de verificação
        
        
          e de monitoramento, que se demonstra-
        
        
          ram, no colapso da ponte I-35W, como
        
        
          inadequadas e incorretas.
        
        
          Em inspeções realizadas antes do aciden-
        
        
          te, as fotos já indicavam encurvamentos
        
        
          das placas de ligação como mostra a foto
        
        
          7. Os responsáveis pela inspeção afirma-
        
        
          ram que notaram o encurvamento, mas
        
        
          julgaram que teria sido causado na fase
        
        
          de montagem.
        
        
          A análise das placas de ligação sob as car-
        
        
          gas existentes na ponte I-35W, utilizando
        
        
          os recursos disponíveis em 2007, indicou
        
        
          que as placas já se encontravam em es-
        
        
          coamento nas regiões assinaladas na cor
        
        
          avermelhada, na figura 2 abaixo.
        
        
          O Departamento de Transportes do Es-
        
        
          tado de Minnesota, após o acidente, de-
        
        
          cidiu verificar as placas de ligação das 25
        
        
          pontes metálicas treliçadas, existentes
        
        
          no estado, identificando deficiências que
        
        
          motivaram interdição de tráfego em di-
        
        
          versas dessas pontes.
        
        
          Em maio de 2008, duas organizações fe-
        
        
          derais, a FHWA e a AASHTO instalaram
        
        
          uma comissão conjunta com o objetivo
        
        
          de desenvolver procedimento dirigido aos
        
        
          projetistas de pontes para projeto ade-
        
        
          quado das ligações entre elementos me-
        
        
          tálicos que concorrem em um mesmo nó.
        
        
          Logo após o acidente, o Departamento
        
        
          de Transportes do Estado de Minnesota
        
        
          fez revisão de seu Manual de Projeto de
        
        
          Pontes para incluir a exigência de que to-
        
        
          dos os projetos de grandes pontes fos-
        
        
          sem submetidos a revisão independente,
        
        
          conduzida por uma segunda empresa de
        
        
          projetos. “Grandes pontes” sendo defini-
        
        
          das como pontes que apresentam vãos
        
        
          de 75 m ou maiores. O objetivo declarado
        
        
          dessa exigência é “especificamente para
        
        
          reduzir o potencial de erros de projeto
        
        
          em seus respectivos documentos. “Os
        
        
          projetos de pontes qualificados como
        
        
          projetos usuais continuam a ser verifi-
        
        
          cados pelo próprio Departamento de
        
        
          Transportes.
        
        
          O Conselho de Segurança supracitado
        
        
          identificou que, em 14 estados investiga-
        
        
          dos, 11 deles reconheceram que projetos
        
        
          verificados e aprovados se demonstra-
        
        
          ram, mais tarde, como ineficientes e com
        
        
          soluções inadequadas.
        
        
          “Decifra-me ou devoro-te”, assim amea-
        
        
          çava a Esfinge.
        
        
          FOTO 8 – IDENTIFICAÇÃO DO NÓ U10W (OESTE)
        
        
          FIG. 2 – VISTA DO NÓ U10W, INDICANDO ENCURVAMENTO DAS PLACAS DE LIGAÇÃO,
        
        
          PROVOCADO PELO DESLOCAMENTO LATERAL DA EXTREMIDADE SUPERIOR DA PEÇA
        
        
          DIAGONAL. (PARA FACILITAR A VISUALIZAÇÃO, OS ENCURVAMENTOS E DESLOCAMENTO
        
        
          LATERAL FORAM AMPLIFICADOS 5X)