Revista Estrutura - edição 3 - page 40

REVISTA ESTRUTURA
| ABRIL • 2017
40
ARTIGO RETRÔ
| REVISTA 47 - 1962
rafeado, alisado por desempenadeira de
madeira ou de aço e outros especiais.
4.5 – Dos materiais componentes
Podem ser usados:
4.5.1 – Cimento e areia – para revesti-
mento de pequenas espessuras, ge-
ralmente até 3 cm.
4.5.2 – Cimento, areia e pedra (diâmetro
de até 3/8” ou 1/2”), para emprego
como concreto estrutural.
4.5.3 – Cimento e agregados especiais –
para utilização específica, como, por
exemplo, isolamentos térmicos e
acústicos e revestimentos impermeá-
veis, refratários, antiabrasivos, resis-
tentes a ácidos, etc.
5 – PRINCIPAIS QUALIDADES
DO CONCRETO PROJETADO
5.1 – Aderência
Inúmeros testes mencionados na litera-
tura especializada demonstraram a per-
feita aderência entre o concreto projeta-
do e a superfície sobre a qual é lançado,
evidenciando que a aderência ao concre-
to antigo, alvenaria, revestimento etc., é
maior geralmente que a resistência do
material sobre o qual se faz a projeção.
Assim, ao ser rompida uma peça sobre a
qual tenha sido aplicado o concreto pro-
jetado, a fratura se dará em outro local
que não o da superfície de contacto en-
tre os dois materiais.
A aderência do concreto projetado ao
concreto antigo se deve principalmente à
velocidade de seu lançamento e do impac-
to sobre a superfície do concreto sobre o
qual é lançado. Esta aderência também é
conseguida através de um perfeito pre-
paro da superfície sobre a qual ele será
projetado, incluindo o corte do concreto
esboroado ou fissurado e a aplicação de
um jato de areia seguido de lavagem desta
mesma superfície, com jato de ar e água.
5.2 – Densidade
Devi do à força com que é aplicado, o
concreto projetado possui extrema den-
sidade. Essa densidade lhe dá caracterís-
ticas de grande impermeabilidade.
5.3 – Fator água/cimento
Possuindo o agregado de menor granu-
lometria uma superfície “molhável” muito
maior do que o agregado graúdo, o fator
água/cimento de 0,35 a 0,55 do concre-
to projetado corresponde a um concreto
extremamente seco e, portanto, de alta
resistência, enquanto que o concreto tra-
dicional, não projetado, em pregando es-
ses mesmos agregados, e com o mesmo
fator água/cimento, seria tão seco que a
sua aplicação seria impraticável, por total
ausência de trabalhabilidade.
Por outro lado, as excelentes qualidades
físicas do concreto projetado são devi
das aos fatores:
5.3.1 – Aplicação a alta velocidade re-
sultando na rejeição do partes do
material conhecido por “rebound”,
enquanto que o concreto normal é
simplesmente despejado em formas.
5.3.2 – A quantidade de água se reduz à
necessária para a hidratação, sem os
excessos normalmente exigidos para
a trabalhabilidade do concreto.
5.4 – Resistência
Em função do baixo fator A/C, inerente
ao processo e ao método de aplicação, o
concreto projetado apresenta uma resis-
tência à compressão bastante superior
à do concreto normal. É importante as-
sinalar a grande resistência do concreto
projetado à tração do que resulta menor
possibilidade de fissuração.
5.5 – Resistência à percolação
Graças ao seus atributos de densidade e
baixo fator A/C, o em prego do concreto
projetado é especialmente indicado na
percolação em estruturas sujeitas à ação
de gases destrutivos, álcalis, ácidos ou
águas agressivas, podendo esta caracte-
rística ser ampliada com o uso de aditivos
ou cimentos especiais resistentes a am-
bientes adversos.
5.6 – Expansão
Os testes feitos com o concreto proje-
tado com provaram que a expansão do
concreto projetado é muito semelhante
à do aço carbono, ensejando um mínimo
de fissuração.
5.7 – Resistência ao fogo
Testes clássicos demonstraram a extraor-
dinária resistência do concreto projetado
em caso de incêndio. Ele se comporta
de modo superior ao concreto conven-
cional, não só por estar menos sujeito à
incidência da calcinação superficial, com
o por melhor proteger a armação contra
os efeitos do fogo.
5.8 – Auto-Sustentação
É a auto-sustentação uma característica
exclusiva do concreto projetado. Isto faz
com que o seu emprego se constitua na
única solução exeqüível para determina-
dos problemas técnicos, especialmente
no revestimento de estruturas, concreta-
gem de formas especiais e outros.
É também particularmente recomenda-
do na concretagem de paredes verticais,
especialmente delgadas, onde o concre-
to normal encontra dificuldades para
um perfeito enchimento das formas. Por
ser auto sustentável, ele transmite o seu
peso na vertical, reduzindo a necessida-
de e de escoramento e de formas. Esta
qualidade é assaz relevante em paredes
de grande altura, onde o peso próprio do
concreto normal gera dificuldades e obri-
ga a um escoramento reforçado.
6. – ADITIVOS
Em algumas obras, para atender a de-
terminadas finalidades, ou a condições
particulares de aplicação, poderá ser
indicada a inclusão de aditivos específi-
cos do concreto projetado, não devendo,
então, ser empregados os normalmen-
te utilizados no concreto tradicional. O
mais conhecido, e praticamente o único
a ser usado, é o acelerador de pega. Este
aditivo é encontrado no mercado sob
diferentes marcas e, se empregado em
condições corretas, oferece excelente
desempenho.
7 – APLICAÇÕES
O uso do concreto projetado se reco-
menda nas seguintes obras:
7.1 –
Concretagem de estruturas de pou-
ca espessura.
7.2 –
Recuperação de estruturas atingidas
por incêndio, ou submetidas à ação
de águas agressivas, ou expostas por
longo tempo à ação das intempéries.
7.3 –
Reforços estruturais em geral.
7.4 –
Concretagem de formas especiais:
cúpulas, superflcies reversas, pisci-
nas irregulares, cascas, etc ...
7.5 –
Concretagem em locais de difícil
acesso ou elevados: galerias, conten-
ção de encostas, etc ...
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