Revista Estrutura - edição 3 - page 42

ARTIGO RETRÔ
| REVISTA 47 - 1962
REVISTA ESTRUTURA
| ABRIL • 2017
42
10 – RECOMENDAÇÕES
ADICIONAIS
10.1 –
Deve-se sempre empregar um tra-
ço para o concreto de recuperação
com qualidade compatível com a es-
trutura original (mesma resistência).
10.2 –
Durante a execução, deverão ser
retiradas todas as camadas porven-
tura existentes de concreto calcina-
do, segregado ou desagregado.
10.3 –
A recomposição da armação deve
ser feita principalmente por solda-
gem. Entretanto, nos casos de arma-
ção com ferros encruados a frio, tipo
TORSTHAL, o calor da solda pode re-
duzir a resistência adicional devida ao
encruamento a frio. Através de técnica
especial de soldagem, com baixa tem-
peratura, pode-se conseguir bons re-
sultados sem perda de resistência. Em
casos específicos, pode ser emprega-
da também a colagem epóxica.
Quando se usa camada de concreto
adjacente ou encamisamento, as arma-
duras previstas nestes reforços são in-
corporadas por aderência e, na maioria
das vezes, não precisamser soldadas ao
concreto ou às armaduras existentes.
10.4 –
A qualidade do jato de areia deve
ser comparável à que se utiliza numa
chapa para acabamento com jatea-
mento abrasivo no metal branco, afim
de proporcionar uma perfeita ade-
rência. A limpeza posterior ao jato de
areia também tem que ser feita com
jato de ar e água bastante intenso, ca-
paz de retirar toda a camada “gomo-
sa” que fica sobre o concreto.
10.5 –
A aplicação do concreto projeta-
do deve ser feita por um operador
altamente qualificado e utilizando
máquina capaz de lançar concreto de
quantidades variáveis, pois em geral
as peças têm pequenas espessuras.
Assim, na maior parte das vezes, é
preciso lançar quantidade pequena
de concreto. Somente uma máquina
que permita variar a quantidade de
material poderá executar satisfato-
riamente serviços de recuperação.
10.6 –
As últimas camadas de revesti-
mento para acabamento deverão ser
feitas após o endurecimento das ca-
madas principais, isto porque elas se-
rão submetidas ao desempeno, que,
se aplicado a camadas ainda frescas,
poderá provocar deslocamentos in-
ternos do concreto não perceptíveis.
11 – TECNICAS PARALELAS
A EXECUÇÃO DA
RECUPERAÇÃO COM
CONCRETO PROJETADO
Paralelamente à execução com concreto
projetado, podem-se usar as seguintes
técnicas:
11.1 – Recuperação com colagem epó-
xica.
11.2 – Encamisamentos.
11.3 – Injeção de fissuras.
11.4 – Reforços diversos.
11.6 – Revestimentos de argamassa,
capeamentos com concreto proje-
tado, revestimentos especiais.
12 – VANTAGENS
ECONÔMICAS NO EMPREGO
DO CONCRETO PROJETADO
A aplicação do concreto projetado permi-
te a economia de custos e de prazos das
seguintes ações:
12.1 – Transporte do concreto
Com o concreto projetado vencem-se
distâncias de até 250 m na horizontal e
desníveis de até 150 m, sem necessidade
de andaimes, rampas ou plataformas, fa-
cilitando, assim, e tornando mais rápido o
trabalho em locais de difícil acesso.
12.2 – Execução de formas
Devido à auto-sustentação do concre-
to projetado, torna-se dispensável pelo
menos um lado das formas, proporcio-
nando um mínimo de 50% de econo-
mia. Em muitos casos, a forma pode
ser totalmente suprimida, como ocorre
na concretagem de paredes, nas recu-
perações estruturais e principalmente
em muros de arrimo e em reservatórios
subterrâneos.
12.3 – Execução de andaimes e escora-
mento
Por ser desnecessário o enchimento das
formas pela parte superior, grande par-
te dos andaimes pode ser eliminada. O
peso próprio do concreto, projetado é re-
sistido principalmente pela armação. E o
escoramento será bem mais leve do que
o exigido pelo concreto comum.
12.4 – Retirada das formas
A redução das formas acarreta logica-
mente a correspondente redução da
operação de desmontagem.
12.5 – Chapisco e acabamento
O próprio acabamento do concreto pro-
jetado permite a aplicação do revesti-
mento, sem necessidade de chapisco ou
emboço.
12.6 – Encamisamento
Pela grande aderência entre o concreto
projetado e a superfície sobre a qual é
lançado, dispensa-se na maioria das ve-
zes encamisamento, evitando aumento
de volume e peso. Encamisamentos de
pequena espessura podem ser usados
commuita eficiência na recuperação com
concreto projetado.
12.7 – Impermeabilização
A elevada densidade decorrente do pro-
cesso de aplicação faz com que se obte-
nha, com menor espessura, um concreto
praticamente impermeável, dispensan-
do-se serviços especiais de impermeabi-
lização, salvo em casos especiais.
12.8 – Energia elétrica
A instalação do equipamento no local da
obra independe de ligação de energia
elétrica, o que possibilita o imediato iní-
cio dos trabalhos.
13 – CONCLUSÕES
Todas as vantagens que acabam de ser enu-
meradas mostram que o uso do concreto
projetado resulta em economia de tempo e
de dinheiro, além das vantagens técnicas, já
consagradas na prática. Assim, temos a cer-
teza de que, ao recomendarmos o emprego
adequado do concreto projetado, estamos
apresentando a solução mais econômica,
mais rápida e eficaz aos técnicos e constru-
tores para os serviços de recuperação, con-
serto e reforços de suas estruturas.
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