Revista Estrutura - edição 3 - page 8

REVISTA ESTRUTURA
| ABRIL • 2017
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existam diferentes tipos de sócios, os só-
cios estatutários, ou seja, os países repre-
sentados por suas associações locais são
realmente os que têm o protagonismo em
nossa associação. Essa estrutura, que é
única nesse tipo de instituições, e é inspi-
rada no principio de que os que conhecem
os problemas locais são as associações lo-
cais e, além disso, são as que conhecem
sua gente para poder propiciar a partici-
pação nos trabalhos técnicos da associa-
ção de pessoas mais preparadas de cada
estado membro. Portanto, o papel dos
países, das associações que representam
o Brasil, ou seja, ABECE e ABCIC, é funda-
mental. A participação do Brasil é muito
ativa. Sua contribuição é muito generosa
e importantíssima para a
fib
. As associa-
ções brasileiras locais, ao que me consta,
servem de caixa de ressonância ativa de
tudo que acontece na
fib
. Por sua vez seus
representantes participam ativamente em
diferentes foros para transmitir os aspec-
tos que preocupam o país dentro da
fib
e
também exercem a responsabilidade de
identificar os melhores especialistas para
que contribuam, junto com outros colegas
internacionais, para o desenvolvimento
do concreto estrutural.
ABECE –
Qual é a contribuição que o gru-
po brasileiro, liderado pelo engenheiro
Fernando Stucchi, traz para a
fib
?
Hugo Corres –
O professor Stucchi junto
com Iria Doniak, tem sido os represen-
tantes do Brasil na
fib
. Ambos estão cum-
prindo um papel importantíssimo e es-
tão contribuindo de forma substancial. O
professor Stucchi, além de participar, a tí-
tulo individual, em diferentes TG, faz par-
te do TG 6.5 pontes pré-fabricadas, que
eu mesmo dirijo, por exemplo. Ele teve
uma participação relevante no último
Model Code 2010, onde foi o porta-voz
do trabalho de um grupo de engenheiros
brasileiros que analisaram e comentaram
o documento antes de sua publicação e
permitiram a introdução de correções e
melhorias. Espero que esse documento,
de grande qualidade científica e técnica,
possa contribuir ainda mais para o país.
Além disso, ele participa na TG10.1, onde
se elabora o novo Model Code 2020. Iria
Doniak, participa ativamente na Comis-
são 6 de Pré-fabricação e propiciou a
integração da industrialização com a en-
genharia estrutural. Gerenciou brilhante-
mente a relação
fib
-Brasil no campo da
pré-fabricação. Além disso, foi membro
convidada do Presídium, o órgão de ges-
tão da
fib
, e recentemente foi eleita pela
assembleia geral por mais quatro anos
nessa função. Sua contribuição também
neste importante fórum de decisões é
muito apreciada.
ABECE –
O Model Code da
fib
avança
cada vez mais como uma referência
internacional para estruturas de con-
creto. O senhor poderia descrever sua
importância e seus objetivos? E como
o Model Code cobre o interesse dos 43
países que compõem a federação?
Hugo Corres –
Os Model Codes são do-
cumentos pré-normativos que tiveram e
terão uma grande influência nos códigos
nacionais e regionais que se desenvol-
vem e se desenvolverão no futuro. Os
euro-códigos e outras normas se ba-
seiam nas diferentes versões do Model
Code. Os Model Codes sempre foram
documentos que apresentaram soluções
novas e criativas em diferentes campos.
A
fib
desenvolveu os Model Codes 1970,
1990, 2010 e agora enfrenta este novo
desafio que espera estar terminado em
2020. A
fib
também produziu outros Mo-
del Codes complementares aos códigos
gerais, que tratam de temas específicos
como o Model Code para estruturas sís-
micas ou o Model Code para a vida útil
das estruturas. Sendo consciente da
importância desse tipo de documentos
e para garantir que se produzam de for-
ma continuada, foi criada recentemente
a nova comissão 10, liderada por Gor-
don Clark, ex-presidente da
fib
, que tem
por objetivo identificar e produzir Model
Codes. Neste momento, foi criado o TG
10.1, em cujo âmbito é produzido o Mode
Code 2010. Esse grupo é liderado por
Stuart Matthius que também é o presi-
dente da Comissão 3 Estruturas Existen-
tes, que tem a seu cargo a produção do
Model Code 2020.
Foi estabelecido um rico debate nos dois
últimos anos sobre o teor e a forma de
produção do novo Model Code. Ficou
decidido que o novo Model Code integra-
ria em um mesmo documento e de uma
forma uniforme, as novas estruturas, que
tratam dos códigos atuais, e as estruturas
existentes que exigem ser inspecionadas,
mantidas, reparadas e relançadas para
seu uso nos próximos anos, ou demoli-
das. Embora o Model Code 2010 já trate
das estruturas existentes, planeja-se um
desenvolvimento no mesmo nível das es-
truturas novas. As estruturas existentes
fazem parte de nossas infraestruturas e
estão exigindo uma grande atividade no
mundo do concreto estrutural.
Ficou decidido que o tratamento seja inte-
grado. Não se pretende criar novas teorias
de comportamento. Desejamos apenas a
extensão das teorias atualmente válidas,
atualizadas e ampliadas, para o tratamen-
to das estruturas. O Model Code 2010
fez um esforço importante para tratar de
eliminar os modelos empíricos e estabe-
ENTREVISTA
| HUGO CORRES PEIRETTI
Os Model Codes são documentos
pré-normativos que tiveram e terão
uma grande influência nos códigos
nacionais e regionais
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