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NOSSO CRAQUE
| PÉRICLES BRASILIENSE FUSCO
NASCIDO PARA
SER ENGENHEIRO
A TRAJETÓRIA VITORIOSA DO PROFESSOR PÉRICLES BRASILIENSE FUSCO,
RESPONSÁVEL POR INÚMEROS PROJETOS E TAMBÉM POR UMA ATUAÇÃO INTENSA NAS
ATIVIDADES ACADÊMICAS LIGADAS A VÁRIOS SEGMENTOS DA ENGENHARIA BRASILEIRA
O
interesse por engenharia
surgiu muito cedo na vida do
paulistano Péricles Brasilien-
se Fusco. “Eu nasci para ser
engenheiro”, como ele mesmo gosta
de afirmar sobre sua opção pela pro-
fissão. Dono de uma capacidade impar
para aprender, de forma rápida, os te-
mas mais complexos dos ensinamentos
ministrados na Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, na qual se
formou na turma de 1952, logo ele se
tornaria professor, atividade que mar-
caria toda sua trajetória profissionais
de mais 60 anos.
O professor Fusco, como é mais conhe-
cido na engenharia brasileira, talvez
seja um dos engenheiros que melhor
conseguiu conciliar o ofício de proje-
tistas de estrutura, pois assim que se
formou fez questão de já montar seu
pequeno escritório de projetos, com
as inúmeras atividades acadêmicas,
uma vez que manteve uma permanente
atuação na cátedra das mais importan-
tes escolas de engenharia do País. Além
de dar aulas e acompanhar centenas
de trabalhos de mestrado e doutorado
dos seus alunos, também se dedicou a
produção de livros: foram 13 títulos, in-
cluindo um sobre “Técnicas de Armar as
Estruturas de Concreto”, considerado a
verdadeira “bíblia” dos projetistas brasi-
leiros. Dedicou-se também ao IPT - Ins-
tituto de Pesquisas Tecnológicas, onde
entrou como assistente.
E aos 87 anos, o professor Fusco não
dá sinais de que irá parar tão cedo, pois
está trabalhando em mais um livro, que
terá com foco a formação dos jovens en-
genheiros, um tema frequente em sua
vida e que o tem preocupado bastante,
diante da situação atual do ensino no
Brasil, de maneira geral, mas especial-
mente no campo da engenharia. Para-
lelo ao trabalho de produção literária
voltada para o campo da engenharia,
o professor Fusco ainda encontra tem-
po para prestar serviços de consultoria
em estrutura para algumas empresas.
Foi em meio a tantas atividades que ele
concedeu, no final do ano passado, uma
entrevista à revista ESTRUTURA. Na se-
quência, confira os principais trechos
da conversa:
ABECE – O que o levou a escolher
Engenharia?
FUSCO –
Acho que no meu caso foi
uma questão de reencarnação ou
então genética distante, já que meu pai
era médico e minha mãe professora. A
verdade é que nasci para ser engenheiro.
Assim que terminei o colegial, fiz
um cursinho e entrei de primeira na
Politécnica, onde me formei, em 1952.
Antes mesmo de concluir o curso,
comecei a trabalhar, como estagiário,
num ótimo escritório de projetos de
estrutura. Minha vontade de exercer a
profissão era tamanha que, ainda sem
finalizar o curso, projetei meu primeiro
arranha-céu. Além disso, no meio do
ano, fui convidado para trabalhar na
área de estruturas do IPT – Instituto de
Pesquisas Tecnológicas, onde fiquei até
1956, quando o professor Nilo Amaral,
que era o catedrático de concreto
armado da Politécnica me convidou
para ser seu assistente. No IPT aprendi
PÉRICLES BRASILIENSE FUSCO