Revista Estrutura - edição 4 - page 17

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B. Segunda Parte: Projeto
para a Odebrecht
Sequência Construtiva
e Métodos Construtivos
da Superestrutura
Conforme apresentado anteriormente,
a implantação do Ramo 200 está condi-
cionada à ampliação da via expressa da
Marginal Pinheiros e, portanto, foi reme-
tida à outra fase que será implementada
posteriormente.
O Consórcio Complexo Itapaiúna, decide
contratar o reprojeto da ponte, paramelhor
atender suas estratégias e metodologias de
construção, bem como considerar a situa-
ção da implantação futura do Ramo 200.
O planejamento inicial seria de exe-
cutar o vão sobre o rio em balanços su-
cessivos, mantendo o restante da obra
apoiada sobre cimbramento. Porém,
para melhor adequação ao seu cronogra-
ma e às interferências existentes, essa al-
ternativa evoluiu para uma configuração
executiva em que os vãos entre os apoios
AP6 e AP5, e entre os apoios AP5 e AP4,
seriam executados por balanços sucessi-
vos e os demais, cimbrados.
A Ponte foi então dividida em duas su-
perestruturas independentes, separadas
pela junta de dilatação sobre o pilar AP3.
O trecho entre o encontro E1 e o apoio
AP3 foi denominado Ponte 1 e o trecho
compreendido entre o apoio AP3, e os
encontros E2 e E3 foi denominado Ponte
2, conforme esquematizado na Figura 12.
A Ponte 1 foi executada “in loco”, sobre
cimbramentos e em uma única frente e
uma única fase. Já a Ponte 2 foi subdivi-
dida em três frentes de trabalho, e cada
frente, por sua vez, em fases construtivas
conforme descrito a seguir (ver Figura 13).
FRENTE 1
– Constituída pelo Ramo 100 e
pelo Ramo Ponte no trecho compreendido
entre os apoios AP3 e AP4 e balanço partin-
do do apoio AP4 até o meio do vão. A frente
foi dividida em quatro fases, sendo as três
primeiras moldadas “in loco“ sobre cimbra-
mentos e a quarta fase executada em ba-
lanços sucessivos;
FRENTE 2
– Constituída por dois balan-
ços partindo do apoio AP5, executados
em duas fases: a primeira, constituída por
um trecho moldado “in loco” sobre o pilar,
para alojamento das treliças, e a segunda,
por dois balanços sucessivos disparados
simultaneamente, com exceção das duas
primeiras aduelas que foram executadas
defasadas para viabilizar a montagem das
treliças dos balanços sucessivos;
FRENTE 3
– Constituída pelo vão entre o
encontro E2 e o apoio AP6, moldada ”in
loco” sobre cimbramentos, denominada
Fase 1, e parte do vão entre o apoio AP6 e o
apoio AP5, denominada Fase 2, executada
em balanços sucessivos.
Os fechamentos entre a Frente 1 e a
Frente 2 e entre a Frente 2 e a Frente 3,
deram-se por fases de protensão parcial
alternadas.
A nova configuração executiva mudou
profundamente o projeto da obra, intro-
duzindo novos elementos estruturais para
permitir sua viabilização.
As alterações em relação à solução origi-
nal, moldada “in loco” sobre cimbramento,
foram as seguintes:
– Consideração da situação provisória
decorrente da execução futura do
Ramo 200, anteriormente previsto
para ser executado juntamente com a
Ponte 1;
– Execução dos trechos moldados “in
loco” cimbrados, por vãos;
– Introdução de balanços sucessivos a
partir de estruturas cimbradas molda-
das “In loco”, nas Frentes 1 e 3;
– Introdução de um duplo disparo em
balanços sucessivos a partir do Apoio
AP5 em um trecho curvo com raio de
100,00m.
Impactos no projeto
Os impactos dessas alterações no pro-
jeto podem ser resumidos como segue:
– Na Ponte 1, a execução do Ramo 200
em fase futura exigiu o estudo des-
se trecho nas duas condições, sem
o Ramo 200 e com o Ramo 200, su-
perpondo as duas situações no que
tange ao comportamento estático às
deformações, bem como ao dimen-
sionamento e à disposição da cabla-
gem e à viabilidade executiva;
– Na execução dos trechos por vãos, a
estrutura sofreu uma mudança nos
esforços solicitantes para cada fase
executiva, o que requereu uma aná-
lise da cablagem a ser determinada e
compatibilizada, para atender a essas
diferentes situações;
– A introdução dos balanços sucessi-
vos a partir dos trechos cimbrados
exigiu uma mudança do tipo de cabo
que teve sua capacidade reduzida
para se adequar à quantidade de
aduelas do balanço sucessivo e per-
mitir que em cada aduela houvesse,
pelo menos, dois cabos ancorados.
Além disso, como de praxe, a cada
avanço do balanço, toda a estrutura
foi verificada em termos de esforços
solicitantes, bem como de deforma-
ções, considerando os efeitos da de-
formação lenta no cálculo das con-
traflechas.
FIGURA 12 – PONTES 1 E 2
FIGURA 13 – FRENTES DE TRABALHO E SEQUÊNCIA EXECUTIVA
1...,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16 18,19,20,21,22,23,24,25,26,27,...76
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