Revista Estrutura - edição 7 - page 62

REVISTA ESTRUTURA
| MAIO • 2019
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restrições e deslocamentos em nós da
malha de elementos. Para se criar um
apoio de primeiro gênero em um nó, res-
tringe-se o deslocamento vertical deste
nó, ou seja, impede-se que este nó se
desloque verticalmente. Se o apoio a ser
criado for de segundo gênero, restrin-
gem-se os deslocamentos vertical e ho-
rizontal do nó (x, y, ou ambos). Se o apoio
impuser engastamento em alguma dire-
ção·, restringem-se as rotações em torno
dos eixos correspondentes. Se um apoio
for extenso, como por exemplo os pilares
de elevadores, restringem-se os desloca-
mentos de quantos nós quantos forem
necessários para representá-los.
Na fig. 2, encontram-se assinalados
com uma cruz os nós que tiveram algum
deslocamento restringido. Neste trecho
da laje só houve restrições a desloca-
mentos verticais.
5c - AS HIPÓTESES DE
CARREGAMENTO
Com relação ao carregamento, os pro-
gramas como o utilizado oferecem a pos-
sibilidade de definição de cargas diferen-
tes para cada elemento, o que para lajes
de edifícios é muito útil, pois possibilita
que se considere com bastante precisão
as cargas atuantes. Para a laje-exemplo
este recurso foi usado para compensar
em parte a não-consideração de cargas
móveis (já que a laje é piso de um edifício
garagem). Isto foi feito dividindo-se a laje
em quadrantes, como mostra a figura 3,
e considerando-se para o dimensiona-
mento e o detalhamento a envoltória dos
seguintes casos de carregamento:
1 – peso próprio + sobrecarga para to-
dos os quadrantes.
2 – peso próprio para todos os qua-
drantes + sobrecarga apenas para
os quadrantes pares.
3 – peso próprio para todos os qua-
drantes + sobrecarga apenas para
os quadrantes ímpares.
6 - A ANALISE DOS DADOS
O mapeamento dos esforços e a de-
terminação das faixas para dimensiona-
mento.
6a - O MAPEAMENTO
DOS ESFORÇOS
Depois de rodado o programa, de pos-
se das listagens de resultados, passa-se à
fase de tratamento destes resultados. Para
a laje-exemplo, esta fase se iniciou com a
confecção de mapas das envoltórias de
momentos. Os mapas consistem de plan-
tas com várias linhas ao longo das quais
são escritos os mo­mentos máximos para
todos os elementos por elas cortados.
As linhas são traçadas nas direções em
que interessa conhecer os momentos, ou
seja, nas direções em que serão dimen-
sionadas e lançadas as armações. Estas
direções devem ser aproximadamente
as direções das tensões principais para a
maioria dos elementos. Isto é necessário,
pois fora das direções principais de ten-
são surgem tensões tangenciais de difícil
tratamento. Além disso, a função As= f
(M), área de aço em função do momen-
to solicitante, não é uma função linear, já
que as tensões do concreto e do aço em
função da deformação também não são
funções li neares.
O programa que foi usado para a laje
exemplo calcula orientação das tensões
principais para todos os elementos. Os
ângulos formados entre estas direções
de saída dos resultados podem ser for-
necidos na listagem de saída.
Pode-se, assim, verificar se as dire-
ções das tensões principais. (Com a la-
je-exemplo verificou-se que isto acon-
teceu para a maioria dos elementos).
Quando esta coincidência não ocorre, o
que é comum em lajes irregulares, de-
ve-se primeiramente tentar mudar as
direções de lançamento das armações.
Entretanto, na prática muitas vezes nâo
é possível se fazer esta mudança, ou
porque as direções das tensões princi-
pais variam muito de uma região para
outra, ou por outras razões construti-
vas. Quando se recair neste último caso,
pode-se seguir os critérios de procedi-
mento preconizados pelo prof. Jaime
Mason na referência bibliográfica nº 3
(Armaduras não coincidentes com as
direções principais. (Nota - A explicação
destes critérios deve ser procurada na
bibliografia citada, já que demanda um
espaço que foge ãs dimensões pretendi-
das pera este artigo).
Nas figs. 4 e 5 podem ser observados
os mapas de momentos para as duas di-
reções escolhidas para a laje-exemplo,
para o mesmo trecho cuja malha já foi
mostrada na fig. 2.
O mapeamento de momentos como
o ilustrado nas figs. 4 e 5 pode ser feito
manualmente, mas já existem programas
munidos de “ploters” que podem fazer
este trabalho automaticamente. No en-
tanto, isto só deve ser feito após terem
sido corretamente escolhidas as direçães
para o lançamento das armações.
6b - A DETERMINAÇÃO
DAS FAIXAS
A etapa seguinte à do mapeamento
dos momentos é a da determinação das
faixas para as quais se calculam e deta-
lham as armações. Uma faixa é uma re-
gião ao longo das direções escolhidas
para o lançamento das armações, com
largura constante, que se caracteriza por
se poder considerar para toda a sua lar-
gura apenas um diagrama de momentos
ARTIGO RETRÔ
| EDIÇÃO 106
FIG. 6 – DIVISÃO DA LAJE-EXEMPLO EM
FAIXAS NA DIREÇÃO – X
FIG. 7 - DIVISÃO DA LAJE-EXEMPLO EM
FAIXAS NA DIREÇÃO – Y
1...,52,53,54,55,56,57,58,59,60,61 63,64,65,66,67,68
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