Revista Estrutura - edição 7 - page 60

REVISTA ESTRUTURA
| MAIO • 2019
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3 – O EFEITO DO VENTO
De acordo com a NB 1 - 1978 (item 3.1.1
- 3), só é obrigatória a consideração do
efeito do vento em estruturas com des-
locabilidade dos nós, nas quais a altura
é maior do que quatro vezes a altura seja
maior do que quatro vezes a largura, ou
em que haja menos de quatro filas de pi-
lares em alguma direção. Se a estrutura
recair em algum destes dois casos, o ven-
to deverá ser considerado nas direções
em que esta consideração se faz neces-
sár ia, da seguinte maneira:
1 – Através da NB 599 - 1978, “Forças
devidas ao vento em edificações”,
determina-se a força do vento ad-
vinda de sua velocidade e da confi-
guração aerodinâmica da estrutura.
2 – Avaliada a força do vento para efeito
de projeto, determinam-se os ele-
mentos resistentes nas direções em
que é necessária a consideração do
efeito do vento, tais como pórticos
formados por pilares e vigas ou fai-
xas de laje, ou “caixas de concreto” de
elevadores e escadas, quando neces-
sário. Então, procede-se ao cálculo
hiperestático que determina os es-
forços que, combinados com aqueles
devidos aos outros carregamentos
(peso próprio, alvenaria·, sobrecarga,
etc.), deverão ser considerados nos
dimensionamentos.
Este é o procedimento que deve ser
adotado em todas as estruturas de modo
geral. Mas, em se tratando de lajes sem
vigas, a decisão de se considerarem ou
não as forças do vento deve ser tomada
a partir da análise de cada situação par-
ticular. O engenheiro projetista não deve
limitar-se a seguir cegamente os critérios
de consideração do vento na NB -1 - 1978,
pois devido à pequena rigidez das lajes
podem vir a ocorrer esforços problemáti-
cos para a estrutura.
Mesmo o recurso à N B 599 - 1978 está
limitado pelo seu item 1.1.1, que diz que
esta norma “não se aplica a edificações
de formas, dimensões ou localização fora
do comum, casos em que estudos espe-
ciais devem ser feitos para determinar as
forças atuantes do vento e seus efeitos”.
O item 112 amplia as restrições, impondo
estudos especiais também para estrutu-
ras que possam ser submetidas a oscila-
ções importantes, causadas pelo vento.
No caso do exemplo deste artigo, não
houve necessidade de se levar em conta os
efeitos do vento, visto que a estrutura está
bastante fora dos casos de necessidade de
consideraçãopreconizados pelaNB-1 - 1978
(temapenas 5 andares por imposição de ga-
barito e possui mais de 4 fileiras de pilares
em todas as direções) e que, além disto, a
estrutura localiza-se em zona densamen-
te urbanizada, o que normalmente atenua
consideravelmente o vento incidente.
4 – OBSERVAÇÕES SOBRE A
PUNÇÃO
A necessidade da consideração cui-
dadosa da punção e os procedimentos
a serem observados para os casos mais
comuns são bastante conhecidos. Para
estes casos, a NB-1 - 1978 é suficiente e
eficaz. No entanto, com relação aos ca-
sos de pilares de canto e de extremidade,
esta norma se omit e e, algumas vezes,
como no exemplo deste artigo, o empre-
go deste tipo de pilar se faz necessário.
Os estudos sobre pilares de canto e
extremidade se encontram em um pon-
to em que ainda não foi possível o esta-
belecimento de regras práticas precisas.
No entanto, pesquisas como as que vêm
sendo levadas a cabo pela equipe enca-
beçada pelo Prof. Dante Martineli (ver
Ref. 2) já vão chegando a algumas conclu-
sões práticas. Nos pilares de canto, as-
sim como nos de extremidade; segundo
estas pesquisas, a ruptura ocorre antes
por flexão que propriamente por punção.
Deve-se, então, reforçar a armadura de
flexão, sem, no entanto, se deixar de co-
locar armadura vertical, destinada a com-
bater a punção. Esta armadura contra a
punção pode, nestes casos, ser calculada
segundo o CEB - 1978, que considera os
momentos nas ligações viga-pil ar.
Nos casos como o do exemplo deste
artigo, em que os momentos de ligação
com os pilares não são determinados
de maneira precisa, pode-se estimá-
-los, de forma conservativa, como sen-
do o próprio momento de engastamen-
to perfeito da faixa da laje ligada ao
pilar, ou de maneira menos conservati-
va, de acordo com o item 3.2.3.b da NB
1 - 1978, onde:
rinf = referido a parte inferior do pilar
rsup = refrido a parte superior do pilar
rviga = referido a viga, neste caso a faixa
de laje
Com relação à punção em lajes sem
vigas, vêm sendo feitos estudos para de-
terminar a colaboração da pretensão no
combate à punção, mas no estágio em
que estes estudos se encontram é acon-
selhável desprezar-se esta colaboração
por medida de segurança.
5 – O CÁLCULO DOS
ESFORÇOS
Existem duas maneiras de se chegar aos
esforços em lajes sem vigas. A primeira de-
las é manual e consiste basicamente em
ARTIGO RETRÔ
| EDIÇÃO 106
FIG. 1 - A LAJE-EXEMPLO
FIG . 2 - MALHA DE ELEMENTOS COM APOIOS
ASSINALADOS PARA TRECHO DA
LAJE-EXEMPLO (VER FIG. 1)
1...,50,51,52,53,54,55,56,57,58,59 61,62,63,64,65,66,67,68
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