REVISTA ESTRUTURA
| MAIO • 2019
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A
introdução do uso de chum-
badores químicos modificou
definitivamente a forma de se
projetar e executar fixações
no Brasil, tanto em ligações aço/concre-
to, como em ligações concreto/concre-
to. Sua aplicação trouxe ainda versati-
lidade aos projetos de recuperação de
reforço estrutural, sendo um item pre-
sente em praticamente todas as obras
de médio a grande porte no território
nacional.
O Brasil tem acompanhado com êxito
a evolução e inovação nos sistemas de
fixação com chumbadores químicos pelo
mundo. Novos materiais e equipamentos
são apresentados constantemente ao
mercado por especialistas e empresas
que pautam o desenvolvimento desta
tecnologia. As fixações com chumbado-
res químicos se arraigaram na indústria
da construção, em todos tipos e tama-
nhos de obras, devido a sua execução
rápida, limpa e racional.
A elaboração de recomendações e
normas nacionais representam uma evo-
lução técnica fundamental em processos
construtivos que, em algumas de suas
etapas, utilizam as fixações. Quando se
consolidam premissas técnicas median-
te um consenso entre os intervenientes
(projetistas, fabricantes e aplicadores) se
evitam erros de especificação e execu-
ção, por meio da definição de regras cla-
POR TIAGO GARCIA CARMONA*
WESLEY OLIVEIRA DO NASCIMENTO**
A ERA DA
FIXAÇÃO QUÍMICA
CHEGOU
RECOMENDAÇÃO PARA PROJETOS DE FIXAÇÕES ESTRUTURAIS
COM O USO DE CHUMBADORES QUÍMICOS É PUBLICADA E SE TORNA
REFERÊNCIA PARA FUTURA NORMA BRASILEIRA
(*)
Engenheiro e diretor da Carmona Soluções de
Engenharia
(**)
Engenheiro e coordenador de Engenharia da
Âncora Chumbadores
NORMAS TÉCNICAS
| RECOMENDAÇÃO PUBLICADA
TIAGO GARCIA CARMONA
WESLEY OLIVEIRA DO
NASCIMENTO
ras a serem observadas em cada etapa
do processo.
Como uma entidade de classe formada
por profissionais da área de estruturas
com forte representação na cadeia cons-
trutiva, a ABECE (Associação Brasileira de
Engenharia e Consultoria Estrutural) tem
entre seus objetivos o desenvolvimento e
disseminação de tecnologia e boas práti-
cas construtivas no Brasil. A constatação
sistemática de erros construtivos, a falta
de critérios claros de projeto e até mes-
mo de acidentes envolvendo este tipo de
fixação motivaram a criação, em 2016, de
um comitê nomeado de grupo de estudos
de fixações. A intenção foi elaborar, inicial-
mente, uma recomendação técnica que
servirá de texto base para uma futura nor-
ma brasileira para o projeto de fixações.
Após um longo período de validações e
processos de revisão, em 25 de outubro
de 2018 no 21º Enece - Encontro Nacional
de Engenharia e Consultoria Estrutural,
foi apresentada a primeira recomen-
dação técnica brasileira sobre o tema.
O texto foi baseado nas disposições do
Tecnical Report TR 029
editado pela
EOTA
– European Organization for Technical As-
sessment – Design of Bonded Anchors
, com-
plementado por itens do boletim 58 do
FIB – International Federation for Structural
Concrete
e pelo projeto de norma FprEN
1992-4:2015 do comitê técnico CEN/TC
250 –
Structural Eurocodes.