Revista Estrutura - edição 7 - page 46

REVISTA ESTRUTURA
| MAIO • 2019
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M
eu primeiro impulso como es-
tudante de engenharia lá em
meados dos anos de 1970 foi
“ser calculista de concreto”.
Depois de muito tentar, consegui a pro-
messa de estágio num prestigiado escri-
tório que por problemas de espaço físico
estava à procura de uma sede maior. A
mudança e o estágio que nunca saiam,
me empurraram para uma construtora e
tomei a estrada das obras, para a sorte
da reputação da classe dos projetistas.
De lá para cá viajei na companhia de
inúmeras estruturas de concreto para
edifícios de usos variados, ora fiscalizan-
do, ora coordenando o time da produção,
muitas vezes discutindo o anteprojeto,
outras tantas ajudando a resolver proble-
mas que inevitavelmente aparecem.
Eu sempre me encanto, nas conversas
com alguns dos projetistas com os quais
tenho a sorte de estar perto, com a
busca de soluções, a ousadia, a pesqui-
sa incessante, a inquietação para fazer
melhor. Do ponto de vista da execução,
acrescento alguns pontos que colhi aqui
e ali nas longas horas de reunião com a
turma do canteiro, procurando reduzir
a desnecessária distância entre eles e o
calculista. Vamos lá:
Construtibilidade
Se eu soubesse como fazer, escreve-
ria essa palavra com uma daquelas ilu-
minuras que iniciam as páginas de uma
Bíblia antiga.
Como é difícil enfiar todas aquelas
barras, respeitar o recobrimento, o es-
paçamento, vencer os nós dos pilares
com as vigas, sem falar nos “trepasses”,
numa forma que sempre parece menor
que o necessário. As tais das emendas
enluvadas nas vigas com barras muito
longas, que nunca dão certo porque o
processo acrescenta alguns centímetros
no comprimento final e sobra aço ou fal-
ta forma, como queiram. No papel fica
tão arrumadinho!
A turma do canteiro também dá graças
a Deus se forem especificados materiais
de prateleira. Outro dia vieram correndo
POR EDUARDO MAY ZAIDAN*
(*) Engenheiro Civil formado pela turma de
1974 da Fundação Armando Álvares Pen-
teado (FAAP), é diretor da RFM Construtora,
possui MBA em Construção Civil pela Fun-
dação Getúlio Vargas (FGV-SP). Atualmente
é vice-presidente do Sindicato da Indústria
da Construção Civil do Estado de São Paulo
(SindusCon-SP) e foi presidente do Conselho
Consultivo do SindusCon-SP na gestão 2006-
2008 e diretor de Economia de 1994 a 2011.
COMUNICAÇÃO
É A ALMA DA OBRA
DIÁLOGO ENTRE O ENGENHEIRO DE CAMPO E O PROJETISTA
DEVE SER INICIADO NA FASE DE PLANEJAMENTO DA CONSTRUÇÃO
E DURAR ATÉ O CHURRASCO DE INAUGURAÇÃO DA OBRA
O QUE ELES QUEREM DE NÓS
| MAIOR INTERAÇÃO
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