REVISTA ESTRUTURA
| MAIO • 2019
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°° As lajes mais espessas podem
contribuir para isso, desde que
corretamente dimensionadas e
detalhadas (lembrando-se da limi-
tação em função da sua altura)
°° Os pilares, normalmente, precisam
ter seções maiores funcionando
como pilares-parede para garantir
a mesma eficiência dos pórticos
de vigas e pilares da estrutura con-
vencional, especialmente para edi-
fícios mais altos.
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Robustez da Estrutura;
°° A ausência de vigas obriga as lajes
a transferir mais carregamentos
diretamente para os pilares. Essa
transferência de carregamentos
elevados resulta num fenôme-
no estrutural caracterizado pela
punção que seria a ruptura da laje
junto ao pilar, se não corretamen-
te dimensionada, por tensões ele-
vadas decorrentes da punção na
proximidade ao pilar;
°° Em função de ser uma ruptura
brusca, devem ser tomados cui-
dados especiais de robustez, con-
forme a ABNT NBR 6118:2014, pre-
vendo armações de prevenção ao
colapso progressivo.
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Arremate das portas e caixilhos;
°° Previsão de vergas sobre os vãos.
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Compartimentação;
°° A questão do incêndio exige um
cuidado com cobrimentos da ar-
mação protendida e espessuras
maiores, conforme previsto na
ABNT NBR 15200:2012.
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Alojamento das tubulações;
°° Normalmente fica mais simples,
mas junto aos pilares, a densidade
de armação prejudica o caminha-
mento de tubulações.
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Furos;
°° Novamente junto aos pilares onde
temos a punção e esforços de fle-
xão elevados, a possibilidade de
furação fica bem comprometida.
Ou seja, retirar as vigas não significa
simplesmente “deixar a laje plana”. É pre-
ciso analisar todas as “necessidades e
consequências...”
Ao se projetar uma estrutura para laje
plana protendida, é necessário:
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Posicionar pilares mais espaçados
para tirar proveito da protensão,
lembrando que vão maiores impac-
tam no aumento de consumo de aço,
seja de protensão, seja de armação
frouxa;
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Gerar um núcleo de pilares-parede
ligados com vigas e responsável pelo
contraventamento principal da es-
trutura, permitindo que os demais
pilares passem a colaborar com res-
ponsabilidade reduzida na estabili-
dade global, uma vez que não tere-
mos outros pórticos na estrutura;
°° Pode-se ainda optar por introduzir
mais pilares paredes com ligações
mais rígidas com a laje fazendo
com que esta colabore mais na es-
tabilidade global.
°° Vale ressaltar que não basta con-
seguir uma estrutura com carac-
terísticas geométricas que atenda
às necessidades da estabilidade
global. É preciso armar esses ele-
mentos estruturais para os esfor-
ços solicitantes e isso deve gerar
um consumo maior de armação.
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Posicionar pilares distantes de sha-
fts, onde os furos podem ser preju-
diciais à punção;
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Posicionar pilares sem se preocupar
com alinhamento de vigas, já que es-
tas não existirão, permitindo maior
flexibilidade arquitetônica;
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Pensar na possibilidade de caixilhos
mais altos que cheguem ao teto ou
em vigas de borda para o arremate;
°° Ou ainda pensar numa fachada in-
dustrializada:
– Em placas pré-moldadas;
– Em steel frame
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Analisar o Piso a Piso em função de
uma laje mais espessa:
°° Analisar ainda a possibilidade de
usar um forro para retirar as insta-
lações da laje.
Qual o melhor momento para analisar-
mos a viabilidade de um sistema constru-
tivo variante?
Voltando ao nosso exemplo, onde a
solução ideal passa por pilares-parede
num núcleo e de pilares mais afastados
e posicionados longe de shafts, obvia-
mente o melhor momento é na con-
cepção do produto, procurando passar
para a arquitetura os ganhos (menos
pilares e sem a necessidade de muitos
alinhamentos) e ônus (pilares maiores e
mais pilares-parede, posicionados lon-
ge de shafts).
Isso quer dizer que não podemos pen-
sar em um sistema variante depois da
concepção?
Não. Mas tenham certeza que os ga-
nhos não serão os mesmos.
Vamos analisar a introdução do siste-
ma em outras fases de projeto.
Projetando a
estrutura pensando
nas premissas do
sistema variante,
em muitos
casos, teremos
uma estrutura
competitiva
“
“
Não se pode analisar um sistema
variante de forma pontual.” É preciso
analisar todas as “necessidades e
consequências...
“
“
BOAS PRÁTICAS DE PROJETO
–
ANÁLISE CRITERIOSA DA VIABILIDADE