Revista Estrutura - edição 1 - page 35

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estenda essa massa de concreto de re-
sistência maior por 60 cm além da área
do pilar. Por outro lado, sua realização
efetiva é um tanto quanto dificultosa e
resulta em uma solução de qualidade
questionável por causa da junta e da má
vibração na borda do puddling, ver figura
1, além de consumir um tempo conside-
rável para sua execução.
Sabe-se que devido ao efeito do confi-
namento proporcionado pelas lajes que
envolvem os pilares há um ganho de
resistência do conjunto, mas seria esse
confinamento suficiente para o aumento
de resistência necessário? Na verdade,
deve-se levar em conta as variáveis que
influenciam esta questão, dentre as quais
pode-se destacar como sendo mais rele-
vantes: a posição do pilar com relação
à laje e/ou viga, a altura dos elementos
que interferem com o pilar, lajes e/ou vi-
gas, a largura das vigas interferentes em
relação à dimensão do pilar, a diferença
de resistência do concreto pilar-piso, a
armadura de lajes e vigas, entre outras.
A interdependência entre esses parâme-
tros é um assunto ainda não completa-
mente esclarecido.
Este trabalho dá ênfase ao caso de pila-
res interceptados por lajes planas e por
lajes e vigas como representam as figu-
ras 2 e 3.
O objetivo principal é analisar até quanto
o efeito do confinamento é capaz de com-
pensar a diferença de resistência dos con-
cretos na interface pilar-laje, considerando-
FIGURA 1. PUDDLING
-se os casos de um pilar central, caso mais
favorável de confinamento, e pilar de canto,
no qual estudaram-se algumas soluções
para melhorar o confinamento.
Para essa análise, foram feitos ensaios
em laboratório com modelos reduzidos
representando esses pilares, utilizaram-
-se dois tipos de concreto ao longo da
altura, tendo na região da laje, concreto
de menor resistência. Esses modelos ti-
veram a laje armada ou não e foram sub-
metidos a ensaios de compressão axial.
Sendo que em alguns dos casos uma
análise mais detalhada foi feita, utilizan-
do-se um programa de elementos finitos.
Nesse trabalho estudaram-se lajes com
concreto de resistência de 35 MPa e pi-
lares com 50 MPa de resistência de con-
creto (ver parte 2). Esses valores foram
escolhidos por serem bastante utilizados
atualmente, mantendo a relação apro-
ximada de 1,4, f cp /f cl , entre as citadas
resistências. A tabela 1 ilustra as expres-
sões propostas pela norma americana,
canadense e pelos pesquisa dores cita-
dos anteriormente.
Sendo: f cp : resistência do concreto do
pilar; f cl : resistência do concreto da laje;
e: espessura da laje; b: dimensão da face
do pilar.
Para se construir os modelos reduzidos,
foi utilizado o microconcreto, que é um
material, desenvolvido em laboratório,
FIGURA 2. PROTÓTIPO
FIGURA 3. POSIÇÕES DE PILARES
TABELA 1: EXPRESSÕES PARA AVALIAR FCE (RESISTÊNCIA EFETIVA) EM PILARES
1...,25,26,27,28,29,30,31,32,33,34 36,37,38,39,40,41,42,43,44,45,...68
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