Revista Estrutura - edição 7 - page 18

REVISTA ESTRUTURA
| MAIO • 2019
18
ESTRUTURA EM DESTAQUE
| PROJETO SIRIUS
xadores serão duplicados, o que per-
mitirá a continuidade da operação caso
ocorra a falha de um deles.
Para atender à expectativa de qualida-
de de energia demandada pelas fontes
dos aceleradores, estão previstos quatro
conjuntos de UPS (no-breaks) configura-
dos para redundância N+ 1, com potência
de 900+300 KVA cada. Esses equipamen-
tos suprimem as oscilações momentâ-
neas da rede elétrica, operam com alto
fator de potência e, devido à tecnologia
fly-wheel, proporcionam rendimentos
acima de 95% sem a necessidade do uso
de baterias.
ÁGUA GELADA
A produção de água gelada, com suas
4500TRs (15,8 MW) de potência térmica,
é destinada ao sistema de ar condiciona-
do, sistemas hidráulicos de refrigeração
e de estabilização térmica de componen-
tes e sistemas das linhas de luz, labora-
tórios e aceleradores. Por meio de 10
chillers com condensação a ar, parte da
água produzida será utiliza diretamente
nos equipamentos de ar condicionado,
enquanto uma segunda parcela será di-
recionada aos circuitos de estabilização
térmica. A terceira parte será armaze-
nada em tanques de termoacumulação
para serem utilizados nos períodos de
ponta (energia elétrica mais cara), per-
mitindo a economia de energia elétrica
por meio do desligamento de parte dos
equipamentos.
CIRCUITOS DE
REFRIGERAÇÃO
E ESTABILIZAÇÃO
TÉRMICA
Estão previstos oito circuitos fecha-
dos, os quais utilizam água ultrapura
como meio circulante. Eles são forma-
dos por um conjunto automatizado de
pressurização que permite manter a
pressão do sistema constante, fazendo
variar a vazão à medida que as cargas a
demandam. Esse circuito é importante
para a estabilidade dos sistemas de con-
trole de temperatura dos diversos com-
ponentes e permite o uso racional da
energia. Os sistemas de bombeamento
utilizados valem-se de um mecanismo
de controle computadorizado que utiliza
algoritmos capazes de determinar a con-
figuração mais eficiente para cada situa-
ção de operação. Para evitar a geração
de vibrações pela circulação de líquidos
nestes circuitos, as tubulações serão su-
perdimensionadas, de forma a se obter
baixas velocidades
ATERRAMENTO
O sistema de aterramento da edifica-
ção tem duas finalidades: 1) A proteção
de pessoas e equipamentos, tanto para
casos de descargas atmosféricas quanto
para situações de falhas em equipamen-
tos e instalações. 2) O perfeito funciona-
mento dos equipamentos e instrumen-
tação científica dentro de um ambiente
com a presença de sistemas eletrônicos
de alta potência e intensos campos ele-
tromagnéticos. O projeto prevê uma re-
sistência de aterramento de 1,2 Ohms.
Além do sistema tradicional de captores,
a interligação elétrica de toda a ferragem
será utilizada na armação das estruturas,
pisos e estacas de concreto. No solo, uma
malha com 4,5 quilômetros de fios de co-
bre será interligada às armaduras das
estacas. Finalmente, também compõe o
sistema de aterramento um grande anel
formado por cabos de cobre ligados à
hastes de aterramento distribuídas no
perímetro do terreno e interligadas ele-
tricamente à malha sob os prédios.
DISTRIBUIÇÃO DE
NITROGÊNIO LÍQUIDO
Para atender o consumo de 18 mil li-
tros de nitrogênio líquido por dia, previs-
tos para a operação de 40 linhas de luz,
serão instalados dois tanques criogê-
nicos com capacidade para 60 mil litros
cada, que será alcançada gradualmente.
(Para detalhes estruturais acesse
publicacoes, onde está arquivada a
íntegra do artigo).
D
entre as partes críticas da
edificação do Projeto Sirius,
o
piso especial e a blin-
dagem dos aceleradores
foram os grandes desafios de enge-
nharia. Exemplos:
Piso Especial
sem
fissuras, de 90cm de espessura, com
tolerância de ± 10mm em torno de seu
nível de referência; deformação má-
xima da superfície de 0,25mm a cada
10m durante um ano.
Blindagem
sem
fissuras; controle dimensional das pa-
redes internas e de locação de alguns
furos com tolerância de 10mm. Outro
desafio: tanto o piso, quanto a blin-
dagem deveriam ser uma única peça,
sem juntas, com circunferência média
de 520m.
O projeto executivo do piso espe-
cial, das paredes e da laje do túnel de
blindagem estabeleceu a divisão da
concretagem em 20 etapas e definiu
que o fechamento do vão, denomina-
do “gavetas”, só poderia ser concre-
tado após 90 dias das concretagens
das placas do piso, paredes e laje. Os
estudos dos traços do concreto espe-
cial foram feitos pela consultoria STK
– S. Takashima, contratada pela Ra-
cional Engenharia, responsável pela
obra. Após a fase de avaliação, que
demandou esforço de um grupo de
CONCRETO, O ASTRO PRINCIPAL DO SIRIUS
POR ROBERTO DAKUZAKU **
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