Revista Estrutura - edição 7 - page 16

REVISTA ESTRUTURA
| MAIO • 2019
16
ESTRUTURA EM DESTAQUE
| PROJETO SIRIUS
SAP2000, através de elementos finitos,
com o intuito de avaliar o comportamen-
to da estrutura submetida ao conjunto
de solicitações e limitações vibracionais
e movimentações/retrações.
PROJETO
CONCEITUAL
O projeto conceitual do Sirius foi
desenvolvido em conjunto com um
escritório de arquitetura, contratado
para esta etapa. Para esse trabalho, a
equipe valeu-se de toda a experiência
ganha pelos envolvidos durante visitas
e da análise de relatórios e projetos de
laboratórios similares espalhados pelo
mundo. Assim, foram incorporados
vários conceitos, como: 1)
A interna-
lização dos laboratórios de apoio e
escritórios
de pesquisadores, técnicos
e engenheiros, de forma a aproximar
o pesquisador do objeto final de seu
trabalho. 2)
A disposição das áreas
de apoio
em torno do hall onde se lo-
calizam as linhas de luz e aceleradores
para se ter uma barreira térmica. 3)
A
utilização do pátio interno
para alo-
car as casas de máquinas reservatórios
e demais equipamentos que compõem
a central de utilidades da edificação. 4)
A possibilidade de instalação futura
de linhas de luz extralongas
(com na-
nofoco) e de suas estações experimen-
tais de forma independente ao prédio
dos aceleradores.
PROJETO
EXECUTIVO
Em setembro de 2012 iniciaram-se os
trabalhos de elaboração do Projeto Exe-
cutivo da edificação do Sirius. A previsão
inicial, de 42 mil m
2
, foi alterada em 2014,
para 68 mil m
2
de área construída, capaz
de abrigar um anel de armazenamento
com circunferência de 518 metros. As
atribuições técnicas da empresa encar-
regada foram definidas de acordo com a
especificação elaborada pela equipe de
engenharia do LNLS. Neste documento
estavam descritas todas as entregas a
serem feitas pela contratada à cada uma
das disciplinas integrantes do projeto,
assim como as especificações de de-
sempenho e premissas de construção e
funcionamento do edifício e de suas ins-
talações.
SUBSOLO
O projeto exigiu estudos dos níveis de
ruído culturais presentes no solo. Essas
informações serviram para balizar as
empresas que concorreram para contra-
tação do projeto executivo. O processo
de reconhecimento do terreno incluiu
um mapeamento geofísico e de sonda-
gens (à percussão e mistas), que per-
mitiu saber a composição estratificada
do solo e do seu substrato rochoso. O
levantamento geofísico valeu-se de três
técnicas: • MASW (Multichannel Analy-
ses of Surface Waves) para determinar
os parâmetros técnicos do terreno até
uma profundidade aproximada de 40
m. • HVSR (Horizontal to Vertical Spec-
tral Ratio) para determinar as frequên-
cias características do local. • Sísmica à
refração a partir da medida do tempo
de propagação de uma onda sísmica
gerada em um ponto da superfície e da
medição simultânea de diversos outros
pontos, é possível determinar, comple-
mentarmente às duas técnicas anterio-
res, a provável composição litológica,
grau de fraturas, geometria das primei-
ras camadas de subsolo e a profundida-
de do substrato rochoso. Outro aspecto
estudado do terreno relaciona-se com
o comportamento do solo em resposta
às perturbações do seu entorno. Para
isso pequenas bases de concreto foram
cravadas em cinco pontos distintos e so-
bre elas foram instalados sismógrafos.
A coleta dos dados ao longo do tempo
permitiu conhecer o perfil de vibrações
existente na época e correlacioná-lo às
suas principais causas.
FUNDAÇÃO
Serão duas. A primeira, composta por
910 estacas com diâmetros entre 40
centímetros (e um metro) e profundida-
de média de 18 metros, será intertra-
vada com vigas baldrames, tendo como
função suportar a estrutura do prédio.
Síncrotron é uma máquina que ace-
lera partículas carregadas, geralmen-
te elétrons, a velocidades altíssimas,
próximas à da luz. Essas partículas
são direcionadas a um grande anel
circular, onde são defletidas pela pre-
sença de um intenso campo magné-
tico. A aceleração centrípeta sofrida
pelas cargas elétricas durante as
curvas no interior do anel produzem
ondas eletromagnéticas que podem
ser usadas pela investigação científica
para diversos fins.
Os síncrotrons de 4ª geração, como
o Sirius, contam com diversos polos
magnéticos invertidos, chamados de
onduladores, distribuídos por toda
a circunferência do anel. Por essa ra-
zão, os elétrons sofrem acelerações e
desacelerações sucessivas e de alta
frequência, produzindo, assim, uma
radiação muito mais “luminosa”.
DEFINIÇÃO DE LUZ
SÍNCROTON
A luz síncrotron é uma radiação
eletromagnética que pode ser usa-
da para a observação das estruturas
internas dos materiais, como átomos
e ligações químicas. Esse tipo de ra-
diação é produzido quando partículas
dotadas de carga elétrica são desvia-
das de sua trajetória por um campo
magnético externo.
O QUE É UM SÍNCROTON
SÍNCROTRON DE DIPOLO MAGNÉTICO (À ESQUERDA) E SÍNCROTRON ONDULADOR (À
DIREITA). (FONTE: LNLS/CPNEM)
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