REVISTA ESTRUTURA
| MAIO • 2019
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dosagens foram solicitados aos princi-
pais fabricantes, entre estes, a calori-
metria, calor de hidratação e retração
do cimento. Algumas combinações de
mistura de cimento e adição de pozo-
lana, de forma a promover a análise do
qual poderia se adequar a menor taxa
de cinética de hidratação e apresentar
menor retração hidráulica em conso-
nante ao parâmetro especificado pelo
projeto e dimensões dos elementos da
blindagem.
Após análise dos resultados de en-
saios, foi escolhido o cimento tipo CP
III 40 RS, por atender como sendo de
baixo calor de hidratação e apresen-
tar menor retração por secagem. De-
finido o cimento, agregados, aditivo e
adições, os traços estudados foram
verificados e validados no laboratório
neutro da ABCP – Associação Brasilei-
ra de Cimento Portland, em São Paulo.
ESTUDO TÉRMICO
Após definidos os traços de con-
creto foram realizados estudos térmi-
cos, realizados pela Desek, antes do
início da concretagem do protótipo
do piso especial de 90cm. Os resul-
tados foram favoráveis à não fissura-
ção da estrutura por causas térmicas.
O protótipo foi instrumentado e as
temperaturas atingidas pelo concreto
confirmaram as temperaturas obtidas
nos estudos térmicos. Em função das
dimensões das estruturas de concreto
das paredes, piso e laje foi realizado
estudo térmico para avaliar o desen-
volvimento das temperaturas e res-
pectivas tensões de origem térmica de
forma a minimizar os riscos de fissu-
ração na estrutura. A partir do estudo
foi avaliada a melhor temperatura de
lançamento do concreto fresco para
minimizar a ocorrência de indesejáveis
fissuras e que poderiam ser caminhos
preferenciais para fuga de radiações
O concreto foi especificado com
f
ck
de 30MPa aos 28 dias, módulo de
deformação tangente inicial superior
a 30GPa e relação água-cimento (a/c)
inferior a 0,40. Para o cálculo de tem-
peraturas e tensões adotou-se mode-
lo tridimensional baseado no método
dos elementos finitos (MEF) através
do software b4cast versão 4.03 con-
siderando as dosagens previamente
estudadas e definidas em laboratório,
geometria das estruturas e condições
de lançamento do concreto. Vários fa-
tores integram o modelo matemático
como, por exemplo, a temperatura
de lançamento e velocidade de lança-
mento do concreto fresco, condições
ambientais (temperatura ambiente e
velocidade do vento), características
do cimento, dosagem do concreto uti-
lizado, características térmicas e me-
cânicas do concreto, base de apoio en-
tre outros.
(Acessando
abece.com.br/index.php/publica-
coes, verá tabelas e gráficos com
os resultados de ensaios sobre tais
características)
PROTÓTIPO DO PISO
ESPECIAL DE 90CM E
BLINDAGEM
Rarissimo de ser executado, um
protótio do túnel de blindagem e piso
especial de 90 cm em tamanho real,
similar a um
“fied mockup”
foi construi-
do e testes de traços de concreto, des-
moldantes, armadura de pele, formas
de madeira e tela de aço expandido,
agente retardador de superfície, ex-
ecução de corte verde serviram para
treinamento e capacitação das equi-
pes de concretagens e de execução
dos pisos especiais e blindagem, além
de permitir a avaliação do acabamento
do concreto após a desforma e elab-
oração dos procedimentos de trat-
amento do concreto aparente e dos
planos de concretagens.
PLANOS DE CONCRETAGENS
E RESULTADOS
Os planos de concretagens foram
elaborados após discussões pelo Gru-
po de Trabalho para tirar duvidas e
obter sugestões de todos facilitou os
serviços das equipes de produção.
Isso foi decisivo para o bom andamen-
to dos trabalhos, pois resultou em pla-
nos simples e de fácil entendimento
das equipes de produção, como este
a seguir, para o piso especial de 60cm.
Das diversas etapas, vencidas com
muitas dificuldades em termos de
fundações, camadas de estruturação
de solo e sub-base, sobre as quais se
apoiam os pisos do túnel e das áreas
de testes, pode-se depreender:
y
y
Os resultados obtidos no concre-
to, além de corresponder às ex-
pectativas especificadas em pro-
jeto, apresentam dados dignos de
novas pesquisas tecnológicas;
y
y
Exemplo disso são as caracterís-
ticas de muito baixa presença de
fissuras, mesmo em peças de ele-
vadas espessuras e formas geo-
métricas desfavoráveis;
y
y
As fissuras eventuais encontradas
nas primeiras idades – sob intensa
inspeção de todos os envolvidos,
mostram-se ao longo do tempo
quase imperceptíveis, como em
estudos similares de auto cicatri-
zação;
y
y
Como a obra se desenvolveu com
variações climáticas – pelo cro-
nograma executivo e condições
ambientais variáveis, houve ne-
ESTRUTURA EM DESTAQUE
| PROJETO SIRIUS