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ESPAÇO BIM
| A EXPERIÊNCIA E OS DESAFIOS DA UNICAMP
O ENSINO DE
BIM NA UNICAMP
POR REGINA COELI RUSCHEL
PROFESSORA DA UNICAMP E COORDENADORA DA
ESPECIALIZAÇÃO MASTER BIM DO ISITEC
A MELHOR ESTRATÉGIA E AS LIÇÕES PARA INTRODUÇÃO DA DISCIPLINA NA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, DE FORMA A CONCILIAR O INTERESSE DA
INSTITUIÇÃO, DOS PROFESSORES E DOS ESTUDANTES
F
oi no processo de preenchimento
dos formulários para candidatura
do 2º PRÊMIO DE EXCELÊNCIA BIM
na categoria ACADEMIA que me
dei conta que registrava ali os esforços
para a implantação de BIM nos cursos de
Engenharia Civil e de Arquitetura e Urba-
nismo da Universidade Estadual de Cam-
pinas (UNICAMP). O histórico resultante
levou à premiação da UNICAMP por um
caso de implantação de BIM no ensino de
graduação pioneiro e amadurecido.
O processo, decorrido em 10 anos,
envolveu vários professores e alunos de
pós-graduação, em estágio docente, no
oferecimento de disciplinas eletivas ex-
perimentais e na criação ou adaptação
de disciplinas obrigatórias, desenhando
um cenário de pesquisa e ação em ensi-
no com múltiplos ciclos de planejamen-
to, execução, monitoramento e análise.
Por incrível que pareça, iniciamos pela
implantação de disciplinas de projeto co-
laborativo e integrado, para finalizar com
disciplinas de modelagem.
Em 2003, ocorreu a primeira reforma
curricular após 5 anos da criação do cur-
so de graduação de Arquitetura e Urba-
nismo da UNICAMP. Nessa reforma, foi
incluída na grade curricular a disciplina
AU120 PROJETO X: PROJETO INTEGRADO
E COLABORATIVO, a décima disciplina
de ateliê de projeto do curso. O primei-
ro oferecimento da disciplina ocorreu em
2007. Teve início no contexto de projeto
auxiliado por computador, com a colabo-
ração mediada por repositórios remotos
de compartilhamento de documentos e
evoluiu paulatinamente para o projeto
mediado por BIM em ambientes de cola-
boração em nuvem.
Esta não é a disciplina preferida dos
alunos de graduação de Arquitetura e
Urbanismo, exatamente por forçar o uso
tecnológico no desenvolvimento de pro-
jeto (modelagem, simulação e comparti-
lhamento em nuvem), com mais ênfase
do que nos ateliês de projeto anteriores.
A falta de prática com ferramentas de mo-
delagem BIM e de simulação, além da difi-
culdade de interoperabilidade entre estas
é uma barreira significativa. Esta barreira
tem diminuído nos últimos dois anos, mas
ainda existe. Talvez no médio prazo esta
barreira se dissipe. Acredito que isto ocor-
rerá quando BIM permear todas as disci-
plinas de projeto e avaliação de desempe-
nho (e.g., estrutural ou ambiental).
O sucesso desta disciplina está no
exercício de projeto proposto, o quan-