Revista Estrutura - edição 4 - page 31

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encontradas, nos ensaios tecnológicos
que podem ser adotados para a obten-
ção das resistências mecânicas à com-
pressão dos concretos e na durabilidade,
de modo a buscar atender os principais
requisitos de qualidade de toda estrutu-
ra: capacidade resistente, desempenho
em serviço e durabilidade.
2 – CONHECIMENTO DOS
FENÔMENOS PATOLÓGICOS
NAS ESTRUTURAS DE
CONCRETO
O concreto armado ou as estruturas
executadas com este material devem se
manter duráveis ao longo dos anos, des-
de que projetadas e construídas dentro
dos padrões de qualidade determinados
por normas técnicas e também das boas
práticas construtivas, em concordância
com o meio em que se encontra e aten-
dendo às manutenções preventivas es-
pecificadas no Manual de Uso e Opera-
ções do Proprietário.
Por sua vez, quando ocorrerem falhas
em alguma de suas fases ou ao longo
de sua vida útil operacional (projeto,
execução e manutenção), a estrutura
padecerá de males e doenças, denomi-
nadas ou caracterizadas por manifesta-
ções patológicas.
As estruturas e os materiais constituin-
tes do concreto armado ou do concreto
protendido, assim como as criaturas hu-
manas, podem padecer de males congêni-
tos e adquiridos, bem como sofrer aciden-
tes durante a vida (Noronha, 1980, p.04).
Segundo o autor, tais falhas são geralmen-
te causadas por projetos inadequados
ou impraticáveis; métodos deficientes de
execução; cargas excessivas; choques; in-
cêndios; e mão de obra incompetente ou
não devidamente qualificada.
Cumpre notar que um acidente ou
mesmo muitos sintomas patológicos po-
dem ocorrer por deficiências originadas
em várias etapas do processo de cons-
trução e uso, ou seja, em geral acidentes
estruturais raramente ocorrem devido a
uma única razão.
Por sua vez, Andrade, Medeiros e He-
lene (2011, p.784) apresentam uma visão
geral dos principais mecanismos físico-
-químicos de deterioração das estrutu-
ras de concreto armado e protendido,
conforme mostrado no
quadro
I.
QUADRO 1 –
PRINCIPAIS MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
Agressividade do ambiente
Consequências sobre a estrutura
Natureza do
processo
Condições
particulares
Alterações inicias
na superfície
do concreto
Efeitos a longo prazo
Carbonatação UR 60% a 85% Imperceptível
Redução do pH,
corrosão de armaduras,
fissuração superficial
Lixiviação Atmosfera ácida,
águas puras
Eflorescências,
manchas brancas
Redução do pH,
corrosão de armaduras,
desagregação superficial
Retração
Umedecimento
e secagem,
ausência de cura,
UR baixa (<50%)
Fissuras
Fissuração,
corrosão de armaduras
Fuligem
Partículas ácidas
em suspensão na
atmosfera urbana
e industrial
Manchas escuras
por deposição
sobre a estrutura
Redução do pH,
corrosão de armaduras
Fungos e
mofos
Colônias ácidas
em temperaturas
(>20°C e <50°C)
com UR >75%
Manchas escuras
e esverdeadas
Redução do pH,
desagregação
superficial,
corrosão de armaduras
Concentração
salina, CI-
Atmosfera marinha
e industrial
Imperceptível
Despassivação e
corrosão de armaduras
Sulfatos
Esgoto e águas
servidas
Fissuras
Expansão-fissuras,
desagregação
do concreto,
corrosão de armaduras
Álcali-
agregado
Composição do
concreto,
agregados reativos,
umidade, UR>95%
Fissuras,
gel ao redor do
agregado graúdo
Expansão-fissuras,
desagregação
do concreto,
corrosão de armaduras
Fonte:
Andrade, Medeiros e Helene (2011, p. 784)
Por sua vez, a ABNT NBR 6118:2014
(ABNT, 2014, p.15) descreve no item 6.3 os
principais mecanismos de envelhecimento
e deterioração da estrutura de concreto:
a) Mecanismos de envelhecimento e
deterioração
a.1) Mecanismos preponderantes
na deterioração do concreto:
a.1.1) Lixiviação: percolação de água
através do concreto ou na sua su-
perfície, carreando os compostos
cimentícios por ação de águas pu-
ras, carbônicas agressivas, ácidas e
outras:
a.1.2) Expansão: decorrente do ataque
por águas ou solos que contenham
ou que estejam contaminados por
sulfatos, resultando em reações ex-
pansivas e deletérias para a pasta
de cimento hidratado. As reações
expansivas podem resultar tam-
bém de efeitos deletérios da tem-
peratura do concreto quando esta
supera os 65
o
C por conta de curas
térmicas aceleradas ou calor de hi-
dratação do cimento.
a.1.3) Reação álcali-agregado (RAA):
segundo Hasparyk (2011, p. 940), é
FOTO 2 -
AUMENTO DA POROSIDADE DO
CONCRETO EXPOSTO
FONTE:
ARQUIVO PESSOAL DO AUTOR
(TOMAZELI, 2012, P. 83)
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