Revista Estrutura - edição 6 - page 40

REVISTA ESTRUTURA
| OUTUBRO • 2018
40
1 – SIGNIFICADO.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A protensão surgiu com o objetivo de
eliminar tensões de tração no concreto.
Criou-se, portanto, a mentalidade de que
o concreto pretendido era um material
diferente (Freyssinet): tratava-se de um
concreto especial que resistia tão bem à
tração como à compressão. Adicionava-
-se uma armadura não pretendida que se
chamava “armadura frouxa” e que mais
tarde passou a ser denominada “arma-
dura suplementar” e “armadura passiva”,
cuja finalidade era proporcionar melhor
implantação das forças de protensão,
complementar a resistência à ruptura ou
absorver pequenas tensões de tração
que pudessem surgir em fases interme-
diárias de construção.
Para evitar totalmente as tensões de
tração sob carregamento máximo, a
pré-compressão do concreto tornava-
-se muitas vezes excessiva. O concreto
deveria possuir uma elevada resistên-
cia inicial, o que dificultava a aplicação
da protensão em pouca idade. A es-
pera de muitos dias atrasava a obra e
tornava a protensão desvantajosa. Foi
necessário, então, abrir mão da chama-
da protensão completa na qual não se
permitiam tensões de tração na fase
final. Admitiu-se a “protensão limitada”,
a chamada
“beschraenter Verspannung”
da norma alemã DIN 42227 de 1951/53.
Os valores das tensões de tração no
concreto não poderiam ultrapassar
determinadas frações da resistência
à compressão do concreto na data de
aplicação da protensão, ou na data de
carregamento máximo, conforme a re-
gião onde ocorram. As tensões de tra-
ção permitidas dependiam do tipo de
carregamento: tensões de tração “em
vazio” sob carregamento de protensão
inicial + fração atuante da carga perma-
nente, ocorrendo na zona de compres-
são previamente tracionada; tensões
de tração “em serviço” sob carrega-
mento máximo, ocorrendo na zona de
tração previamente comprimida.
Quando a carga permanente con-
comitante com a aplicação da preten-
são é grande e os cabos de protensão
possuem a configuração parabólica,
não surgem tensões de tração em va-
zio. Quando, porém, os cabos são retos
como sói acontecer nas peças pré-mol-
PROTENSÃO PARCIAL:
UMA FASCINAÇÃO!
Com forma de rememorar alguns dos importantes temas tratados pela predecessora
da revista Estrutura, vamos reeditar alguns artigos publicado no passado. A ideia é
revisitar assuntos e conceitos técnicos, de forma a que o leitor possa ter uma noção da
situação existente no passado e também perceber as alterações ocorridas ao longo do
tempo. Vale observar que os conteúdos técnicos já sofreram alterações significativas ao
longo do tempo.
POR AUGUSTO CARLOS DE VASCONCELOS
ARTIGO RETRÔ
| EDIÇÃO 106
1...,30,31,32,33,34,35,36,37,38,39 41,42,43,44,45,46,47,48,49,50,...68
Powered by FlippingBook