 
          
            REVISTA ESTRUTURA
          
        
        
          |  OUTUBRO • 2017
        
        
          
            42
          
        
        
          O numerador representa a força de es-
        
        
          coamento da armadura de protensão e o
        
        
          denominador a força total de escoamen-
        
        
          to de todas as armaduras de tração.
        
        
          Como
        
        
          k
        
        
          
            ,
          
        
        
          l
        
        
          vale 0 para o concreto ar-
        
        
          mado e 1 para protensão sem armadura
        
        
          passiva. Não se faz referência à proten-
        
        
          são total, limitada ou parcial.
        
        
          l
        
        
          não de-
        
        
          pende do carregamento e mesmo para
        
        
          protensão completa pode ser inferior a 1.
        
        
          A justificativa de se dar preferência a
        
        
          uma definição que independa do carre-
        
        
          gamento está em se poder referir a um
        
        
          coeficiente não vinculado às normas dos
        
        
          diversos países. Será, então, possível re-
        
        
          ferir-se ao graú de protensão, indepen-
        
        
          dentemente do país ou de qualquer nor-
        
        
          ma. Não dá, entretanto,
        
        
          
            ao
          
        
        
          engenheiro,
        
        
          imediatamente, a idéia de que parte do
        
        
          carregamento total está sendo equilibra-
        
        
          do pela protensão. Este fato é considera-
        
        
          do fundamental por Leonhardt.
        
        
          Neste trabalho referir-nos-emos aos
        
        
          dois coeficientes
        
        
          k
        
        
          e
        
        
          l
        
        
          com os seguintes
        
        
          nomes:
        
        
          k
        
        
          = protensão relativa (Bachmann)
        
        
          l
        
        
          = grau de protensão (Thürlimann)
        
        
          3 – COMPORTAMENTO DOS
        
        
          DIVERSOS PAÍSES
        
        
          Hugo Bachmann escreveu um traba-
        
        
          lho notável denominado “Partial Pres-
        
        
          tressing of Concrete Structures” (IABSE
        
        
          Surveys S-11/79 e também na revista
        
        
          Beton - und Stahlbetonbau 1980, Cad.
        
        
          2, Teilweise Vorspannung: Erfahrungen
        
        
          in der Schweiz und Fragen der Bemes-
        
        
          sung). Nesse trabalho, ele analisa o com-
        
        
          portamento de 11 países com relação
        
        
          ao uso da protensão parcial. Isto foi o
        
        
          resultado de uma “enquete” internacio-
        
        
          nal na qual eram propostos 9 proble-
        
        
          mas simples de dimensionamento para
        
        
          averiguar como as normas dos diversos
        
        
          países encaravam a protensão parcial.
        
        
          Esses 9 problemas se referem a 3 tipos
        
        
          de seção transversal: retangular, Te I.
        
        
          As áreas das armaduras, protendida Ap
        
        
          e passiva As, assim como a respectiva
        
        
          posição, são fornecidas nos 6 primeiros
        
        
          problemas. Abrangem 2 casos:
        
        
          a) Protensão fraca: A
        
        
          p
        
        
          pequena + A
        
        
          s
        
        
          grande
        
        
          b) Protensão forte: A
        
        
          p
        
        
          grande + A
        
        
          s
        
        
          pequena
        
        
          Para cada um dos casos pergunta-se
        
        
          qual o momento fletor máximo admissí-
        
        
          vel. Os 3 últimos problemas consistem na
        
        
          determinação da armadura passiva para
        
        
          valores preestabelecidos da seção de
        
        
          concreto , da armadura pretendida e do
        
        
          momento máximo.
        
        
          Para melhor compreensão dos proble-
        
        
          mas propostos é transcrita a seguir a Fig.
        
        
          1 da referida publicação, que fornece os
        
        
          dados: tipo de estrutura e de carrega-
        
        
          mento, seções transversais e materiais
        
        
          disponíveis.
        
        
          Somente 11 países responderam. Os
        
        
          resultados são bastante discrepantes e
        
        
          convém fazer uma análise minuciosa.
        
        
          
            SEÇÃO RETANGULAR
          
        
        
          
            a) Protensão fraca
          
        
        
          O menor momento admissível foi indica-
        
        
          do pela Índia com cerca de 300 kNm e o
        
        
          maior pela Holanda com 800 kNm . A Índia
        
        
          só admite protensão completa, ao passo
        
        
          que a Holanda é mais liberal: 370 kNm para
        
        
          protensão completa, 470 para protensão
        
        
          limitada e 800 para pretensão parcial. Mes-
        
        
          mo que se considere apenas a PC a Holan-
        
        
          da admite cerca de 23% mais do que a Ín-
        
        
          dia, o que faz supor limites 23% a mais para
        
        
          a tensão de tração no aço de protensão.
        
        
          Da PC para a PL há um aumento de
        
        
          27% e para a PP, de 216%. Isto significa
        
        
          que se pode ir até 70% além da PL desde
        
        
          que se aceitem aberturas de fissuras até
        
        
          w = 0,3 mm.
        
        
          Em resumo:
        
        
          PL = 1,27       PP = 2,16       PC = 1,70
        
        
          Holanda: Índia = 2,67 (relação de momen-
        
        
          tos)
        
        
          
            b) Protensão forte
          
        
        
          No caso de armadura de protensão
        
        
          maior e diminuição de armadura passiva
        
        
          (foi mantida aproximadamente constante
        
        
          a força total de escoamento das armadu-
        
        
          ras) as proporções são parecidas:
        
        
          Índia (só PC): 430 kNm
        
        
          Holanda: 820 kNm (= 520 PC, 620 PL,
        
        
          820 PP)
        
        
          Aceitando-se fissuras w = 0,3, pode-se
        
        
          atingir momento 32% acima da PL. Em
        
        
          resumo:
        
        
          PL = 1, 19 PC     PP = 1,58     PC = 1,32 PL
        
        
          Holanda: Índia = 1,91
        
        
          
            SEÇAO T
          
        
        
          
            a) Protensão fraca
          
        
        
          Ainda neste caso, os extremos são re-
        
        
          presentados pela Índia e pela Holanda.
        
        
          Índia (só PC): 740 kNm
        
        
          Holanda: 1 600 kNm (= 940 PC, 1 060 PL,
        
        
          1 600PP)
        
        
          
            ARTIGO RETRÔ
          
        
        
          |  EDIÇÃO 106